CIELO - Resultado no 1º trimestre de 2019
Números Fracos e abaixo do consenso
Os números da Cielo no 1T19 vieram fracos e abaixo do consenso. Diante de um mercado extremamente competitivo, a companhia tem reforçado sua disposição em “brigar” para não perder market share.
De acordo com os executivos na teleconferência na manhã desta quarta (24/04), o objetivo é entregar o menor custo final para o cliente, visando uma melhora de rentabilidade no médio a longo prazo.
Em resumo, a queda no resultado continua intensa, mas com algum sinal de melhora do lado operacional.
Diante desse cenário e com a atual postura, a empresa apresentou uma queda de 44,9% e 54,8% a/a de lucro líquido e receita financeira, respectivamente. Ainda no campo negativo, as despesas operacionais apresentaram um incremento de 46,0% a/a, justificado pela contratação de novos profissionais da equipe de venda.
Por outro lado, sua base de clientes ativos apresentou um incremento de 5,7% a/a, fato que não ocorria desde 2016. Outro ponto positivo é o aumento de 20,1% a/a na base ativa de equipamentos, sendo que esse ganho de mercado é relacionado ao aumento dos clientes no segmento de microempreendedores, setor em que a Cielo já declarou que pretende aumentar sua participação, a qual está próxima de 10%.
Novos capítulos.
A “guerra das maquininhas” vem intensificando cada vez mais, levando as empresas do setor a se reposicionarem, abrindo mão de receita para não perderem espaço.
Apesar dos recentes anúncios de sua principal concorrente (Rede) de isenção de taxas de antecipação e pagamento em D+2 ou pagamento instantâneo, consideramos que ainda é cedo para visualizar, com clareza, como as receitas se comportarão nos próximos trimestres.
Em linhas gerais, as estratégias das companhias do setor têm sido similares, visto que alguns movimentos somente transferiam custos e receitas entre as diferentes linhas do negócio de adquirência (antecipação, MDR, aluguel, etc).
Implicações.
Diante disso, acreditamos que esse ano ainda será muito desafiador, e a entrega do guidance (lucro líquido entre R$ 2,3 bilhões – R$ 2,6 bilhões), mesmo na banda inferior, já agrega mais componentes de risco.
Por outro lado, continuamos com a tese que a empresa conseguirá reverter a tendência de queda em seu lucro líquido a partir de 2020, impulsionado pelo incremento de clientes no setor de MPE, um maior foco na melhor experiência do cliente, manutenção do share, e uma possível diminuição na guerra de preços.
Na tentativa de incorporar esse novo ambiente em nossa avaliação, colocamos nosso preço-alvo e recomendação em revisão.
Confira no anexo a íntegra do relatório preparado por VINICIUS SOARES, Analista, e WESLEY BERNABÉ, CFA Gerente de Pesquisa, do BB Investimentos.