Diário do Mercado na 4ª feira, 06.03.2019
Quedas acumuladas no exterior contaminam índice doméstico
Comentário.
O Ibovespa, no retorno do feriado prolongado de Carnaval, terminou com pequena baixa, repercutindo a perda acumulada nesta semana das bolsas de Nova York, que funcionaram normalmente.
Internamente, sem nenhuma notícia econômica de maior destaque, a menor liquidez foi a tônica hoje, devido a um pregão mais curto nesta quarta-feira de cinzas.
Em suma, o panorama externo foi preponderante, com preocupações dos agentes em relação a saúde futura da economia norte-americana, com a divulgação do livro bege pelo Fed, com suas considerações sobre as condições atuais da economia dos EUA não sendo vista de modo positivo.
Domesticamente, o dólar comercial (interbancário) avançou para R$ 3,8340 (+1,40%) - sendo sua maior cotação neste ano.
Os juros futuros acompanharam a tendência do câmbio e sua curva de estrutura a termo subiu como um todo, com realce para os vencimentos mais longos.
Ibovespa.
O índice chegou a esboçar uma inicial leve elevação, mas logo decaiu, reverberando às baixas dos dois dois pregões anteriores dos índices das bolsas de Nova York, bem como a trajetória negativa da sessão de hoje em Wall Street.
O setor financeiro – de maior peso – foi o destaque negativo, com a alta da Vale contribuindo positivamente, evitando uma queda maior, e, depois, a Petrobras ter revertido para um pequeno fechamento positivo.
O Ibovespa findou aos 94.216 pts (-0,41%), acumulando +7,20% no ano e +10,00% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 8,668 bilhões, sendo R$ 8,487 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 28 de fevereiro (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro da bolsa de R$ 845,452 milhões, encerrando fevereiro com retirada líquida de R$ 2,613 bilhões. O saldo negativo acumulado em 2019 situa-se agora em R$ 1,094 bilhão.
Câmbio e CDS.
Em dia de sessão mais curta devido a quarta-feira de cinzas, a divisa norte-americana encerrou em alta, refletindo a aversão ao risco no exterior, e o desempenho ruim do real e das demais moedas emergentes no mercado global.
O dólar comercial (interbancário) encerrou em R$ 3,8340 (+1,40%), acumulando alta de 2,16% no mês, queda de 1,06% no ano e uma valorização de 19,40% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil subiu de 158 pts para 164 pts.
Juros.
Os juros abriram e encerraram a sessão regular em alta nesta quarta-feira de cinzas, com destaques para o avanço nos contratos na ponta longa da curva. Movimento alinhado com a alta do dólar, devido ao mau desempenho das moedas emergentes no mercado global e o clima de desconforto no mercado doméstico.
O DI para janeiro de 2020 encerrou em 6,48% de 6,47%. O DI para janeiro de 2021 passou de 7,16% para 7,19% hoje. O DI para janeiro de 2023 subiu de 8,30% para 8,35%. O DI para janeiro de 2025 avançou de 8,84% para 8,91%.
Agenda Econômica.
A balança comercial norte-americana apresentou um aumento no déficit para US$ 59,8 bi no mês de dezembro. As importações tiveram um aumento de 2,1% (US$ 264,89 bi) e as exportações recuaram 1,9% (US$ 205,12 bi).
No mês de fevereiro, a criação de vagas no setor privado dos EUA desacelerou, registrando 183 mil trabalhadores ante 300 mil em janeiro.
A atividade econômica nos EUA expandiu de forma moderada entre os meses de janeiro e fevereiro nos dez dos doze distritos regionais do banco central norte-americano, segundo a avaliação do Fed. O emprego também apresentou uma leve expansão em ritmo moderado.
Para a semana
Brasil: IPC-Fipe; IGP-DI, Confiança Industrial; Utilização da Capacidade.
EUA: PMI Serviços e Composto.
Zona do Euro: PIB.
China: Balança comercial; IPC e IPP.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 4ª feira, 05.03.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T , do BB Investimentos