Diário do Mercado na 5ª feira, 06.06.2019
Ibovespa sobe com antevisão de votação favorável e alta de commodities
Comentário.
O índice doméstico avançou apoiado na reversão dos fatores que foram preponderantes para sua queda na véspera. No dia, já abriu em alta com o cenário externo mais propício, no qual os preços das commodities tiveram elevações, além de comentários mais brandos do presidente dos EUA, nos quais citou que poderia adiar o estabelecimento de tarifas sobre produtos do México – teoricamente impostos por conta da dita imigração ilegal.
Internamente, ao longo do dia, os agentes acompanharam a votação, que havia sido suspensa ontem, no STF Supremo Tribunal Federal sobre a liminar que obrigava ter a autorização do Congresso para a venda de estatais e suas subsidiárias.
Assim, do meio da tarde em diante, com a percepção dos investidores que haveria a derrubada da liminar, o otimismo aumentou e foi crescente a melhoria do índice brasileiro, além de também induzir uma firme escalada dos papéis da Petrobras.
O panorama internacional refletiu positivamente sobre as bolsas de Nova York, que subiram. Vale lembrar que amanhã será divulgado o principal indicador da semana nos EUA, o payroll (criação de vagas na economia), além da taxa de desemprego e a média de ganhos por hora.
No Brasil, o dólar comercial cedeu para R$ 3,8830 (-0,28%). A curva da estrutura a termo da taxa de juros recuou, com destaque para os vértices intermediários e longos.
Ibovespa.
O índice principiou ascendente e operou todo o pregão em campo positivo, ascendendo um pouco mais nas duas horas finais e retornando para a casa dos 97 mil pts.
O Ibovespa fechou aos 97.204 pts (+1,26%), acumulando +0,18% na semana (e no mês), +10,60% no ano e +27,70% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 12,635 bilhões, sendo R$ 12,421 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 4 de junho (último dado disponível), ocorreu retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 988,997 milhões da Bolsa, com a saída líquida somando R$ 1,496 bilhão no mês, após ter registrado saldo negativo de R$ 4,161 bilhões em maio passado. Em 2019, total acumulado passou a R$ 5,151 bilhões.
Câmbio e CDS.
A moeda norte-americana encerrou em queda frente ao real, alinhado com o movimento de enfraquecimento global do dólar no dia.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8830 (-0,28%), acumulando -1,07% no mês, +0,21% no ano e +1,20% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou de 175 pts para 174 pts.
Juros.
Os juros futuros findaram a sessão regular em baixa, movidos pelo cenário interno em relação ao trâmite das reformas.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 6,27% de 6,28%; DI janeiro/2021 em 6,39% de 6,48%; DI janeiro/2023 em 7,28% de 7,44%; DI janeiro/2025 em 7,85% de 8,01%; e DI janeiro/2027 em 8,23% de 8,36%.
Agenda Econômica.
No Brasil, a produção de veículos aumentou +3,1% em maio frente a abril e +29,9% ante mesmo mês de 2018, informou a Anfavea. Em maio, foram produzidos 275,7 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus versus 267,6 mil em abril. As vendas subiram 5,8% em maio contra abril e +21,6% em comparação com maio de 2018.
Já as exportações de veículos tiveram alta de 20,7% em maio versus abril, mas retração de -30,7% no período em comparação com maio de 2018.
Para a semana.
Brasil: IGP-DI e IPCA.
EUA: Payroll (criação de vagas na economia).
Alemanha: Produção Industrial.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 06.06.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos