Diário do Mercado na 2ª feira, 27.05.2019
Em dia de baixa liquidez, mercados assimilam uma menor aversão ao risco
Comentário.
Os mercados domésticos repercutiram um movimento geral de abrandamento da percepção de risco, com expressiva alta do Ibovespa, queda dos juros futuros e recuo do prêmio de risco na curva DI, mas, por outro lado, em contexto de baixa liquidez, motivada pelo feriado nos EUA e no Reino Unido.
A bolsa brasileira já abriu em alta e se manteve acima do patamar de 94.600 pontos, que representa uma importante resistência, mas o baixo volume negociado no dia ainda não permite confirmar uma tendência altista consistente.
O cenário foi favorecido, em parte, pela alta do minério de ferro e por ações de empresas ligadas a commodities, mas o movimento se mostrou mais alinhado à interpretação positiva do mercado, em relação aos últimos desdobramentos do cenário político, com reduzida influência da agenda econômica.
No entanto, este quadro mais favorável deverá ser testado a partir de amanhã, com a volta do fluxo estrangeiro e com o retorno das atividades parlamentares.
Na renda fixa, os juros futuros DI recuaram em praticamente todos os vencimentos, com maior intensidade na ponta longa, refletindo a menor aversão ao risco. O dólar, por sua vez, andou na contramão dos demais mercados, registando alta ao longo do dia.
Ibovespa.
O índice abriu o pregão em alta expressiva e devolveu parte dos ganhos após o meio-dia, mas sem perder a configuração altista no comportamento intradiário.
O Ibovespa fechou aos 94.864 pts (+1,32%), acumulando -1,55% no mês, +7,94% no ano e +20,24% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 8,45 bilhões, sendo R$ 8,097 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 23 de maio (último dado disponível), a Bovespa mostrou entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 441,361 milhões, com a saída líquida em maio indo a R$ 5,096 bilhões neste mês. Em 2019, o saldo negativo acumulado está em R$ 4,59 bilhões.
Agenda Econômica.
As contas externas registraram um déficit de US$ -62 milhões em abril, acumulando no ano um déficit de US$ -8,255 bi, informou o Banco Central. A instituição também divulgou os dados do Investimento Estrangeiro Direto, que atingiu US$ 6,957 bilhões no mês de abril; no ano, o ingresso de investimentos estrangeiros foi de US$ 28,069 bi e de US$ 92,495 bi em 12 meses.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana fechou em alta ante ao real nesta 2ª feira, com os investidores monitorando o cenário político doméstico.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 4,0350 (+0,50%), acumulando +2,91% no mês, +4,13% no ano e +10,16% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil ficou estável em 180 pts.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda, refletindo o cenário de baixa liquidez, devido à ausência de negócios nos EUA, e o ambiente de cautela no mercado interno.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 6,36% de 6,38%; DI janeiro/2021 em 6,75% de 6,79%; DI janeiro/2023 em 7,91% de 7,95%; DI janeiro/2025 em 8,52% de 8,57%; e DI janeiro/2027 8,86% em 8,92%.
Para semana.
Brasil: Dívida federal total; dados de crédito; IGP-M; PIB; Resultados primário e nominal; Taxa de desemprego (PNAD).
EUA: PIB; Consumo pessoal; Novos pedidos seguro-desemprego.
Alemanha: IPC;
França: PIB;
Zona do Euro: Confiança industrial e Confiança do consumidor.
Japão: Produção industrial.
China: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 27.05.2019, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, e HENRIQUE TOMAZ DE AQUINO, CFA, integrantes do BB Investimentos
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