Diário do Mercado na 4ª feira, 29.05.2019
Renda fixa e câmbio refletem otimismo com avanço de reformas, mas a Bolsa passa a sinalizar dúvidas, com maior risco global
Comentário.
Repercutindo interpretações positivas com o andamento das reformas, os juros futuros DI apresentaram sensível recuo entre os vencimentos longos, com elevado volume de negociação, juntamente com uma reversão de baixa no câmbio, momentos depois da sua abertura, em alta.
Por outro lado, o mercado de ações não consolidou uma tendência clara, alternando altas e baixas em curtos intervalos de tempo, e encerrou o pregão abaixo da importante resistência de 96.500 pontos, destacada no último estudo, em configuração de dúvida.
O ambiente doméstico positivo exerceu maior influência sobre os ativos, sobrepondo-se ao cenário global adverso, observado nos últimos dias. Especialmente a aprovação da MP 870, por ampla margem, de 70 votos a 4, foi bem recebida pelos agentes e, ainda pela manhã, as declarações do presidente do Banco Central reforçaram a tendência otimista.
No exterior, pesam as preocupações de uma possível recessão nos EUA, sugerida pela configuração da curva de juros locais, e os problemas fiscais na Itália.
Neste contexto, portanto, a percepção positiva com o quadro doméstico contribuiu para um acentuado recuo do risco Brasil, expresso pela menor inclinação da curva DI, fortaleceu o real frente ao dólar e conteve uma possível queda da Bolsa.
Ibovespa.
O Índice fechou aos 96.566 pts (0,18%), acumulando +0,22% no mês, +9,88% no ano e +26,94% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,4 bilhões, sendo R$ 14,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 27 de maio (último dado disponível), a Bovespa mostrou entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 409,833 milhões, com a saída líquida em maio indo a R$ 4,784 bilhões neste mês. Em 2019, o saldo negativo acumulado está em R$ 4,27 bilhões.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana voltou a operar abaixo dos R$4,00, sinalizando uma melhora no cenário interno e um certo otimismo no progresso da agenda econômica, principalmente, no que se diz respeto à reforma da Previdência.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,9750 (-1,19%), acumulando +1,38% no mês, +2,58% no ano e +6,57% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil cedeu de 181 para 179 pts.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em forte queda, principalmente nos contratos de médio e longo prazo, que refletem uma maior confiança no cenário doméstico.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 6,33% de 6,36%; DI janeiro/2021 em 6,60% de 6,61%; DI janeiro/2023 em 7,66% de 7,73%; DI janeiro/2025 em 8,22% de 8,36%; e DI janeiro/2027 em 8,55% de 8,72%.
Agenda Econômica.
O Governo Central apresentou um superávit primário de R$ 6,5 bilhões em abril, considerado o terceiro pior desempenho para o mês desde 1997, quando foi iniciada a série histórica. Em 12 meses, o governo central registra um déficit de R$ 121,8 bi, equivalente a 1,71% do PIB.
Para semana.
Brasil: IGP-M; PIB; Taxa de desemprego (PNAD).
EUA: PIB; Consumo pessoal; Novos pedidos seguro-desemprego.
Alemanha: IPC; PIB;
Zona do Euro: Confiança industrial.
Japão: Produção industrial.
China: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 29.05.2019, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, e RICARDO VIEITES, CNPI, ambos integrantes do BB Investimentos.
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