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Editorial

03 de Fevereiro de 2021 as 12:02:40



EDITORIAL - A Retórica belicista de Israel contra a suspensão do bloqueio econômico ao Irã


 
 
Em entrevista a canal egípcio, Benny Gantz, o ministro da defesa de Israel afirmou, no domingo, 31.01, que Israel tem o objetivo claro de que o Irã não se torne potência nuclear e que, caso isso seja necessário, a defesa israelense mantém a opção de ataque com bombas atômicas contra o projeto nuclear iraniano.
 
Desde o governo Bill Clinton, todo novo governo norte-americano defronta-se com o "pedido israelense de benção" norte-americana para um ataque nuclear israelense contra o Irã. E é o que ocorre agora com a manifestação bélica do ministro da Defesa de Israel.
 
Até o presente momento, os vários governos norte-americanos não têm autorizado a execução desse plano. A diplomacia de Biden não ofereceu, até o momento, sinais de aprovação a tal plano. Ao contrário, acenou com possivel retorno dos EUA ao acordo assinado com o Irã no governo Obama, camuflando o fato de que os EUA se retiraram do acordo, mesmo com reiterados pedidos em contrário pela diplomacia francesa, alemã, russa, chinesa e do reino unido.
 
A retórica de Biden para o público internacional ficou na afirmação de que neste momento caberia ao Irã alguma iniciativa. Ridícula, posto que foram os EUA que se retirarm do Acordo e devem à comunidade internacional algo menos arrogante. A retórica de Bide implica em dizer que os EUA continuam não aceitando como verídicos os relatórios da AIEN Agência Internacional de Energia Nuclear, que informavam que o Irã respeitava o Plano de Ação Compreensivo Conjunto (JCPOA), assinado em 2015, por Irã e o G5+1, EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha, acordo que limitou em 3,5% o grau de enriquecimento de urânio pelas usinas nucleares iranianas.
 
No momento, o quadro é que os EUA abandonaram o acordo nuclear com o Irã e continuam com as sanções econômicas contra o regime iraniano, em nenhum momento retiradas desde a assinatura do acordo, há mais de cinco anos; e, ao contrário, as sanções econômicas  foram intensificadas durante o governo Trump.
 
Nesse quadro de desrespeito norte-americano ao Acordo durante o governo Trump, a ação diplomática de Teerã estende-se aos países da Comunidade Europeia em solicitações (1º) de interceção europeia em favor do retorno norte-americano ao Acordo, (2º) de cessação das sanções econômicas norte-americanas, (3º) de solicitação à ONU e à AIEN para que passem a fazer inspeções nas instalações nucleares de Israel, até o presente jamais realizadas, e (4º) para que o arsenal atômico de Israel seja desativado.
 
Em 21.02.2021, o ministro das relações exteriores do Irã, Mohammad Yavad Zarif declarou que as sanções econômicas e as "medidas punitivas" dos EUA sobre o Irã impedem seu país de retornar ao Acordo Nuclear assinado em 2015. Afirmou que se essa política norte-americana for suspensa, o Irã voltará a respeitar os termos do Acordo. 
 
E, nesse quadro, o governo iraniano acaba de comunicar à comunidade internacional que elevará para além de 20% o nível de enriquecimento de urânio em suas centrais nucleares. Um movimento que poderia ser entendido como meio de pressão iraniana para que os EUA acelerem ações no sentido da suspensão do bloqueio e das sanções econômicas contra o Irã.
 
A reação israelense não poderia ser outra. A entrevista do ministro da Defesa de Israel, Benny Gantz, insere-se nesse panorama e repete a costumeira a pressão israelense contra o governo dos EUA, no sentido de que não cessem as sanções econômicas americanas sobre o Irã.
 
A Israel, que vive bombardeando a bel prazer o Líbano e a Síria, não interesse um país adversário militarmente poderoso e economicamente forte, que lhe possa fazer frente, detê-lo e disputar hegemonia no Oriente Médio. O mesmo pode ser afirmado da Arábia Saudita, adversária de Teerã e ativa apoiadora, ao lado do Mossad e da CIA, do Estado Islâmico.
 
Considerando a recente contratação de venda de grande partida de caças F-35 e respectivos armamentos, pelos EUA de Trump à Arábia Saudita e aos Emiratos Arabes, vendas ora suspensas por Biden para reanálise, se a resposta norte-americana que vier da declaração do ministro da Defesa de Israel não resultar em autorização para bombardeio nuclear do Irã -- o que é a hipótese mas provável -- certamente resultará em venda de mais armas norte-americanas no estado-da-arte à Israel, tal como em momentos semelhantes no passado.
 
Isto é, a atitude belicista de Israel é um blefe, seja porque o novo governo norte-americano não iria se aventurar na aprovação de algo tão estúpido que inflamaria ainda mais todo o Oriente Médio, nesse momento de tentativa de Biden de unificação nacional norte-americana em torno de seu governo e de desqualificação do discurso de Trump de que seu governo não iniciou guerra alguma. Seja por saber que o projeto de Teerã não busca necessariamente arsenal nuclear; seja pelo fato de seria grande bobagem Israel declarar previamente as próprias intenções e estratégias militares e estar sujeito a um ataque preventivo por Teerã ou de grupos armados associados; seja porque Israel, se assim efetivamente o quisesse, iria a Teerã e destruiria as usinas nucleares, tal como recentemente bombardeou e destruiu completamente o porto e meia cidade Beirute, com novo petardo fantastico, ainda por ser identificado e equivalente a uma pequena bomba atômica.
 
E o blefe israelense corre no sentido de não cesse o bloqueio econômico dos EUA ao Irã, de que não sejam efetivadas as vendas americanas de caças F-35 e seus armamentos, negociados por Trump com a Arábia Saudita e com os Emiratos Arabes. Para que, ao contrário, os novos caças F-35 sejam direcionados a Israel, no sentido de que se os EUA não permitem o bombardeio atômico das usinas nucleares iranianas pela força aérea israelense, concedam então a Israel, com exclusividade no Oriente Médio, mais armas no estado-da-arte, imbatíveis e inigualaveis.


Fonte: DA REDAÇÃO JF





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