Diário do Mercado na 4ª feira, 24.04.2019
Mercado doméstico realiza com maior aversão ao risco externa
Comentário.
O Ibovespa sofreu revés mesmo depois da votação pela admissibilidade do texto da reforma da previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados por 48 votos a favor versus 18 contra.
Também, o presidente da Câmara dos Deputados já criou a Comissão Especial que vai analisar o mérito da proposta e imediatamente já solicitou indicações de membros, incluindo presidente e relator, aos partidos. O grupo será composto por 34 deputados e 34 suplentes, sendo que deverá ser instalada assim que tiver denominação de metade de participantes mais um.
Todavia, o pior cenário externo suplantou a perspectiva doméstica. O dólar norte-americano se valorizou firmemente no mercado externo, com dado mais fraco da Alemanha e questões internas da Austrália e do Canadá.
Ademais, maiores temores em relação à economia Argentina elevaram a aversão ao risco sobre países emergentes. De outra mão, como contaminação adversa, as bolsas de Nova York realizaram no dia, após recordes da véspera.
Ibovespa.
O índice decaiu rapidamente após sua abertura e pouco depois da primeira hora de negócios bateu no patamar de 94.500 pts (-1,48%). A partir daí, passou a oscilar ao redor desta pontuação, mas melhorou na meia hora final para encerrar acima dos 95 mil pts. Uma reação final na Petrobras e em alguns papéis do setor de bancos contribuíram para um fechamento menos negativo doméstico.
O Ibovespa encerrou aos 95.045 pts (-0,92%), acumulando +0,49% na semana, -0,39% no mês, +8,14% no ano e +11,20% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 13,748 bilhões, sendo R$ 13,352 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 22 de abril (último dado disponível), ocorreu retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 199,390 milhões na Bovespa, com a saída líquida somando R$ 1,231 bilhão em abril. Em 2019, o saldo positivo acumula agora R$ 20,232 milhões.
Câmbio e CDS.
A moeda norte-americana encerrou em alta frente ao real nesta quarta-feira, refletindo primordialmente o movimento de fortalecimento do dólar no mercado internacional.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,9860 (+1,66%), acumulando +1,42% na semana, +1,79% no mês, +2,18% no ano e +14,87% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil passou de 169 pts para 176 pts.
Juros.
Os juros futuros encerram a sessão regular em alta generalizada, diretamente influenciada pelo cenário externo e acompanhando a valorização do dólar.
Em relação à véspera, assim finalizaram: o DI janeiro/2020 encerrou em 6,46% de 6,42%; o DI janeiro/2021 em 7,04% de 6,96%; o DI janeiro/2023 em 8,22% (máxima) de 8,12%; o DI janeiro/2025 em 8,76% (máxima) de 8,65%; e o DI janeiro/2027 em 9,07% de 8,97%.
Agenda Econômica.
O Caged (criação de empregos formais) registrou redução de 43.196 postos de trabalho em março, com admissões de 1.261.177 contra demissões de 1.304.373, vindo abaixo do consenso de mercado, de 80.000 novas posições.
Todavia, vale ressaltar o efeito negativo do feriado prolongado de Carnaval ter sido no mês de março neste ano. Assim foram as variações líquidas nos setores em março: comércio em -28.803; agropecuária, extrativa, etc. em -9.545; construção civil em -7.781; indústria de transformação em -3.080; serviços ind. de útil. pública em -662; extrativa mineral em +528; adm. pública em +1.575; e serviços em +4.572. Já no primeiro trimestre de 2019 foram criadas 179.543 vagas versus 243.216 vagas no 1T18. Nos últimos 12 meses foram gerados 472.117 empregos.
A arrecadação de impostos somou R$ 109,854 bilhões em março, tendo queda real de 0,58% ante o mesmo período de 2018 e de 5,24% frente a fevereiro.
Para a semana
Brasil: Confiança do Consumidor; IPCA-15; dados do setor externo; dados do setor de crédito.
EUA: pedidos de bens duráveis; PIB; Consumo pessoal; Índ. Conf. Univ. Michigan.
China: Lucros industriais.
Japão: BoJ – decisão de política monetária.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 24.04.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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