Diário do Mercado na 2ª feira, 30.03.2020
Ibovespa sobe, mas com preocupações sobre emergentes
Comentário.
O índice brasileiro, que registrou volume mais fraco do que os recentes pregões, terminou subindo apoiado nas altas das bolsas de Nova York (Dow Jones em +3,19%; Nasdaq em +3,62%; e S&P500 em +3,35%), que avançaram mais na esteira de um repique, dadas as firmes quedas da última sexta-feira.
Todavia, os agentes estão receosos que uma paralisação da economia norte-americana por um período mais prolongado poderá prejudicar ainda mais as economias emergentes.
O presidente dos EUA, Donald Trump, estendeu o distanciamento social até o próximo dia 30 de abril, por conta do coronavírus em território estadunidense, sendo que anteriormente havia pensado em reabrir a economia no dia 12 de abril (Páscoa).
De outra mão, o preço do barril de petróleo tipo Brent para maio caiu para US$ 22,73 (-8,70%) e o tipo WTI para maio findou a US$ 20,09 (-6,60%) – no menor valor em 18 anos.
Neste momento, mesmo com robustos pacotes de estímulo pelo mundo e domésticos, temores ainda permeiam a visão dos investidores em relação aos efeitos do coronavírus sobre as populações e as economias dos países. Vale ressaltar que a aversão ao risco prossegue em patamar elevado.
Enfim, em tempo de incerteza, normalmente, o mercado prefere “viver um dia de cada vez”.
O dólar comercial prosseguiu avançando, fechando a R$ 5,1810 (+1,47%). Os juros futuros recuaram e derrubaram como um todo a sua curva de estrutura a termo.
Ibovespa.
O índice chegou a iniciar em rápida ascensão, mas logo arrefeceu e passou a seguir a trajetória do índice S&P500, sempre em campo positivo, mas com variação inferior.
O Ibovespa findou aos 74.639 pts (+1,65%), acumulando -28,35% no mês, -35,46% ano e -21,77% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 19,9 bilhões, sendo R$ 18,4 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 26 de março, a Bovespa teve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 740,013 milhões, acumulando saída líquida de R$ 21,273 bilhões em março (fevereiro: recorde de retirada mensal de -R$ 20,971 bi).
Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 61,402 bilhões (acima da saída líquida recorde de -R$44,517 bi em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, No Brasil, o IGP-M (inflação ao atacado) variou +1,24% em março ante -0,04% em fevereiro. Os seus subíndices variaram: o IPA-M em +1,76% (-0,19% em fevereiro); o IPC-M em +0,12% (+0,21% em fevereiro); e o INCC-M em +0,38% (+0,35% em fevereiro). O indicador passou a acumular +1,69% no ano e +6,81% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) subiu influenciado pela percepção do mercado que uma parada mais longa da economia dos EUA, ampliada para 30 de abril, poderá ter maior impacto adverso sobre países considerados emergentes.
A moeda fechou a R$ 5,1810 (+1,47%), acumulando +15,47% no mês, +29,14% no ano e 32,30% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu para 275 pts ante 263 anterior.
Juros.
Os juros futuros curtos caíram como um todo, derrubando a sua curva de estrutura a termo, com destaque para os vencimentos intermediários. As medidas do governo e do Banco Central têm sido bem recebidas pelos agentes, bem como, dado o quadro geral, se espera continuidade de corte na taxa básica de juros (Selic). Assim findaram as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 3,41% de 3,44%;
DI janeiro/2021 em 3,40% de 3,50%;
DI janeiro/2022 em 4,17% de 4,37%;
DI janeiro/2023 em 5,36% de 5,66%;
DI janeiro/2025 em 6,75% de 6,97%;
DI janeiro/2027 em 7,53% de 7,64%.
Agenda. vide página 3 do anexo.
Empresas. Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 2ª feira, 30.03.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, ambos integrantes do BB Investimentos
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