Diário do Mercado na 6ª feira, 28.08.2020
Ibovespa retoma os 102 mil pts com panorama favorável no dia
Comentário.
O índice brasileiro avançou com uma trégua dos agentes em relação à política fiscal doméstica e favorecido pelo panorama externo. Internamente, foi postergado o anúncio do plano Renda Brasil, que estava agendado para esta sexta-feira, dando mais tempo para que ajustes mais proveitosos possam ser elucubrados, trazendo alívio no tema fiscal.
Externamente, o quadro positivo prosseguiu apoiado na declaração anterior do presidente do Fed, que foi interpretada como juros baixos por período prolongado nos EUA – hoje se situam no intervalo entre 0,00% e 0,25%.
Em suma, os índices acionários de Nova York subiram, com o S&P500 e o Nasdaq findando em novos recordes históricos de pontuações de fechamento, ajudando a contagiar positivamente demais bolsas pelo mundo.
O dólar comercial decaiu ao longo da sessão, fechando cotado a R$ 5,4150 (-2,92%). Os juros futuros caíram e derrubaram como um todo a sua curva de estrutura a termo.
Ibovespa.
O índice principiou em leve alta e assim ficou até por volta das 11:30h, subindo rapidamente em seguida. Na parte da tarde, basicamente, oscilou ao redor dos 102.000 pts (+1,37%). Os ganhos foram generalizados, com as ações do setor de bancos, da Petrobras e da Vale contribuindo positivamente.
O Ibovespa fechou aos 102.142 pts (+1,51%), acumulando +0,61% na semana, -0,75% no mês, -11,68% no ano e +4,02% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 23,4 bilhões, sendo R$ 21,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolso B3
No dia 26 de agosto, a Bovespa apurou saída líquida de R$ 734,165 milhões em capital estrangeiro, mas acumulando ingresso líquido de R$ 681,516 milhões no mês (após saída líquida de R$ 8,408 bilhões em julho). Em 2020, o saldo negativo situa-se em -R$ 84,231 bilhões (acima da saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-M variou +2,74% em agosto versus +2,23% em julho – consenso em +2,57%. O Indicador passou a acumular +9,64% no ano e +13,02% em 12 meses. Assim oscilaram seu subíndices: IPA-M em +3,74% (+3,00% em julho); o IPC-M em +0,48% (+0,49% em julho); e o INCC-M em +0,82% (+0,84% em julho).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial recuou com firmeza, após acumular na faixa em torno de R$ 5,58 nos últimos seis pregões. O comportamento foi impactado tanto por alívio doméstico em relação à questão fiscal, como pelo comportamento da divisa no mercado internacional, no qual prosseguiu sendo influenciada pela percepção dos agentes que os juros ficarão baixos por período prolongado nos EUA.
A moeda encerrou cotada a R$ 5,4150 (-2,92%), acumulando -3,41% na semana, +3,80% no mês, +34,97% no ano e +30,23% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) baixou para 216 pts frente a 224 de ontem.
Juros.
Os juros futuros recuaram, exceto o curtíssimo, e derrubaram como um todo a sua curva de estrutura a termo. A tendência no dia foi influenciada pelo abrandamento dos temores dos agentes sobre o tema fiscal doméstico e na esteira da queda do dólar. Assim fecharam as taxas em relação à sessão anterior:
DI set/2020 em 1,930% de 1,900%;
DI outubro/2020 em 1,910% de 1,920%;
DI Janeiro/2021 em 1,9850% em 2,000%;
DI Janeiro/2022 em 2,82% de 2,87%; DI janeiro/2023 em 4,01% de 4,11%;
DI janeiro/2025 em 5,82% de 5,98%;
DI janeiro/2027 em 6,78% de 6,96%..
Confira no anexo a íntegra do relatório preparado a respeito por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, e RENATO ODO, CNPI-P, ambos integrantes do BB Investimentos