Impeachment de Dilma Rousseff foi um Golpe de Estado
Na noite desta 2ª feira, 16.09, o ex-presidente da República Michel Temer, ao participar do celebrado programa semanal da TV Cultura, Roda Viva, declarou não ter sido adepto ao “golpe” que retirou do Palácio do Planalto a ex-presidente Dilma Rousseff.
“Jamais apoiei ou fiz empenho pelo Golpe”,
afirmou Temer, que em nenhuma outra ocasião utilizara a palavra “Golpe” para descrever a deposição de Dilma Rousseff.
O ex-presidente revelou, ainda, que recebeu naquela ocasião um telefonema do ex-presidente Lula, “em que ele pleiteara para [eu] trazer o PMDB para impedir o impedimento [da presidente].
“ ... e eu tentei [impedir]. Mas àquela altura, eu confesso, a movimentação popular era tão grande, tão intensa, que os partidos estavam mais ou menos vocacionados, digamos assim, para a ideia do impedimento. Mas veja que esse telefonema do presidente Lula revela, exata e precisamente, que eu não era adepto do Golpe”.
Michel Temer afirmou, ainda, que o impeachment de Dilma Rousseff não teria ocorrido, caso Lula fosse nomeado ministro, pois "ele tinha bom contato com o Congresso". Contudo, a nomeação de Lula foi barrada pelo STF Superior Tribunal Federal, após o vazamento da ligação telefônica entre Dilma e Lula, a respeito do termo de posse de Lula como ministro.
Michel Temer é advogado graduado pela Faculdade de Direito da USP e doutor em direito público pela PUC-SP, onde lecionou. Autor da obra "Elementos de Direito Constituconal", deputado constituinte de 1988, além de personagem envolvida no evento do impeachment de Dilma Rousseff, Temer não é um desconhecedor dos meandros desse ramo do Direito que trata do ordenamento do Estado e do Poder na República.