Presidente da Itália, Sergio Mattarella, rejeita a demissão de Draghi, pede-lhe que vá negociar gás com a Argélia e o convida a refletir novamente, até 4ª feira, sobre permanência no cargo de primeiro-ministro.
A conversa do Presidente da República com o primeiro-ministro, que voará para a Argélia para acordos de gás na 4ª feira:
"Sr. Presidente, estou renunciando. Mas não para me fazer re-conduzir ao cargo. Eu vou embora. Eternamente. Eu sinto muito."
Era quase hora do jantar quando Mario Draghi, lacônico e direto como ele é em seu estilo, comunicou a Sergio Mattarella a decisão que tomou após os últimos dias atormentados de seu governo. Ela manteve a confiança, mas o partido da maioria relativa não votou nela. Uma ferida politicamente incurável.
"Não faz sentido eu insistir em me cansar",
diz Mario Draghi.
O Presidente da República ouve a explosão, acenando com um ar grave a cada passo.
"Eu entendo as dificuldades e entendo as razões que você me listou. A escolha é sua, mas convido você a pensar sobre isso de novo. Afinal, você não foi desencorajado. Vamos deixar a demissão de lado até 4ª feira (20.07). Pensar. Em seguida, você vai ao Parlamento para avaliar a situação, por uma questão de transparência. Espero que você mude de ideia."
Foi assim que nasceu o adiamento da demissão, decidido ontem à noite pelo presidente Mattarela, chefe-de-Estado, após dupla conversa com o premier Mario Draghi.
Uma suspensão política de cinco dias então se abre, durante a qual o Quirinale espera uma reformulação de Draghi, que voará para a Argélia,enquanto isso, para fechar os acordos de compra de gás.
Parece muito difícil de acontecer Draghi dar um passo atrás em sua demissão, considerando o modo como o primeiro-ministro falou. Draghi poderia refazer seus passos, se o roteiro elaborado por Mattarella para parlamentarizar a crise fizer as forças políticas assumirem suas responsabilidades. Uma chance na qual, na verdade, quase ninguém acredita.
CONFIRA em CORRIERE DE LA SERA a íntegra da matéria em italiano.