Produção industrial recua em agosto, influenciada por queda na extração de petróleo
• A produção industrial recuou 0,3% na comparação mensal dessazonalizada em agosto. O resultado veio abaixo das expectativas e da nossa projeção (ambos em 0,2%), e segue estagnada nos níveis préparalisação.
• O recuo na produção de petróleo e seus efeitos na cadeia explicam boa parte da queda. Além disso, setores não correlacionados com a cadeia de petróleo e gás também recuaram no mês (têxteis, alimentos, bebidas, equipamentos de informática).
• A projeção preliminar para a produção industrial em setembro aponta para queda mensal dessazonalizada de 1,0%.
Produção estagnada nos níveis pré paralisação dos caminhoneiros
A produção industrial recuou 0,3% em agosto na comparação mensal dessazonalizada. O resultado veio abaixo da mediana das expectativas e da nossa projeção (ambos em 0,2%). Em relação ao mesmo mês de 2017, a produção avançou 2,0%. O resultado bruto de julho foi revisado para cima em 0,2pp. Com o resultado, a produção segue praticamente estagnada nos níveis anteriores à paralisação dos caminhoneiros.
Entre as categorias econômicas, houve um quadro misto: recuos em bens intermediários (-2,1%) e bens de consumo semi-duráveis e não duráveis (-0,6%), e altas em bens de capital (5,3%) e bens de consumo duráveis (1,2%).
Pela ótica da atividade econômica, a indústria extrativa recuou 2,0% no mês, enquanto a indústria de transformação recuou 0,1%. Uma desagregação maior (em 24 atividades) mostra avanço em apenas 10, sugerindo que a difusão foi consistente com o recuo observado no resultado agregado. O desempenho da indústria extrativa reflete o efeito de manutenção em refinarias de petróleo.
Os dois componentes mais associados ao investimento mostram um quadro de fraqueza desde o 2T18. A alta da produção de bens de capital simplesmente compensa o recuo no mês anterior, e a produção de insumos típicos da construção civil recuou 0,1% após queda de 2,9% no mês anterior.
Indicadores coincidentes sinalizam outro recuo em setembro
Os primeiros indicadores coincidentes (confiança da indústria, utilização da capacidade instalada, dados semanais de comércio exterior e consumo de energia, entre outros) sinalizam queda dessazonalizada de 1,0% em setembro (recuo de 0,8% na comparação anual).