Diário do Mercado na 6ª feira, 12.04.2019
Ibovespa tem nova queda, ponderando previdência e Petrobras
Comentário.
O Ibovespa deu continuidade a sua recente tendência de baixa e caiu pelo quarto pregão consecutivo, mas com o maior volume financeiro do mês – no jargão do mercado se diz que “caiu com força”.
O cenário doméstico já estava inspirando cautela aos investidores, com dúvidas em relação ao andamento da admissibilidade da proposta de reforma da previdência na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), por conta de disputas políticas.
No dia, a suspensão da elevação de 5,7% no preço do diesel pelo governo ocasionou elevação da incerteza em relação à política de preços da Petrobras e derrubou as cotações dos papéis da empresa, que acabaram contribuindo para aumentar o mau humor doméstico.
Externamente, dados concomitantes de maior exportação e menor importação da China em março sugeriram a percepção que sua economia pode não estar desacelerando tanto quanto os analistas têm previsto e ampararam a perda de força do dólar norte-americano no mercado mundial.
Esta conjuntura internacional induziu uma menor aversão ao risco no dia, dando impulso aos mercados de risco, com os índices das bolsas de valores subindo tanto em Nova York, como nas principais bolsas da Europa.
No Brasil, o dólar comercial terminou avançando, com receios internos se contraponto a um melhor panorama externo, encerrando cotado a R$ R$ 3,8880 (+0,83%), mas chegou a entrar na casa dos R$ 3,90. Os juros futuros de curtíssimo prazo ficaram estáveis, assimilando a percepção do quadro econômico doméstico neste instante, enquanto os vértices intermediários e mais longos subiram.
Ibovespa.
O índice registrou “gap de abertura” de baixa, mas logo reagiu e fechou este movimento, permanecendo não distante da estabilidade até pouco antes da primeira hora da tarde. Todavia, a partir daí, denotou firme e rápida trajetória descendente, operando ao redor dos 93 mil pts após às 14h.
O Ibovespa fechou aos 92.875 pts (-1,98%), acumulando -4,36% na semana, -2,66% no mês, +5,68% no ano e +8,70% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 20,162 bilhões, sendo R$ 19,170 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 10 de abril (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 643,455 milhões, com o saldo tornando-se agora negativo em R$ 189,335 milhões no mês. Em 2019, o saldo positivo cedeu para R$ 1,062 bilhão.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana encerrou em alta frente ao real nesta sexta-feira, em meio ao noticiário doméstico movimentado.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8880 (+0,83%), acumulando -0,72% no mês, +0,34% no ano e +14,05% em 12 meses.
Agenda Econômica.
O setor de serviços (IBGE) variou -0,4% em fevereiro ante janeiro, mas oscilou +3,8% (sétima taxa positiva seguida) em comparação com fevereiro de 2018 – lembrando que houve o “efeito Carnaval” (feriado). Em 12 meses, indicador variou +0,7%.
A balança comercial chinesa registrou um superávit de US$ 32,64 bilhões em março ante US$ 4,12 bilhões de fevereiro. As exportações cresceram 14,2% versus -20,8% em fevereiro (a queda mais forte em três anos). Por sua vez, as importações recuaram 7,6% em março.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil ficou estável em 170 pts.
Juros.
Os juros futuros de curtíssimo prazo encerraram próximos da estabilidade e os intermediários e longos em alta.
Em relação à véspera, assim finalizaram: o DI janeiro/2020 em 6,47% de 6,48%; o DI janeiro/2021 em 7,14% de 7,13%; o DI janeiro/2023 em 8,27% de 8,24%; o DI janeiro/2025 em 8,81% de 8,73%; e o DI janeiro/2027 em 9,12% de 9,051%.
Para a semana
Brasil: IGP-10; Coleta de impostos; Caged - Criação de empregos formais; Atividade Econômica; IGP-M 2ª prévia).
EUA: Livro Bege; PMI Manufatura; Balança comercial.
Reino Unido: Taxa de desemprego; IPC.
Alemanha e França: PMI Manufatura.
Zona do Euro: IPC; PMI Manufatura.
China: IPC; IPP e Balança comercial.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 6ª feira, 12.04.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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