Diário do Mercado na 3ª feira, 12.11.2019
Ibovespa realiza contaminado por cenário vizinho adverso
Comentário.
O índice doméstico caiu. O revés adveio da elevação da aversão ao risco pelo mercado externo, diante das turbulências que têm atingido países da América do Sul, em especial a onda de protestos no Chile e a renúncia do presidente da Bolívia.
Neste momento, este panorama acabou por contaminar negativamente a percepção dos investidores sobre a região como um todo, que termina por induzir alguma pressão vendedora para compensar eventuais prejuízos em outros mercados.
De outra mão, também é mais um pretexto para realizações de lucros dos níveis recordes que o mercado acionário brasileiro atingiu e se manteve ao longo da semana passada.
Externamente, os agentes permanecem otimistas com um desfecho em breve do acerto comercial inicial entre EUA e China. A fala no dia do presidente Donald Trump foi considerada inócua pelo mercado e, em Nova York, o índice S&P500 renovou sua máxima histórica, o índice Nasdaq terminou em alta e o índice Dow Jones fechou estável em pontuação igual àquela do teto histórico da véspera.
Vale ressaltar que os níveis “recordes” dos mercados bursáteis estão fundamentados também nos balanços de empresas 3T19, avaliados em sua grande maioria como “acima do esperado”.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1660 (+0,58%). Os juros futuros subiram, com os curtos quase estáveis, mas com ênfase alta nos contratos intermediários e longos.
Ibovespa.
O índice já abriu cadente e manteve tendência de baixa intradiária até o meio da tarde. A partir daí, já passou a circundar sua pontuação de fechamento, sem grandes oscilações. Entre os 68 papéis do índice, 60 encerraram negativos. O setor de bancos pesou, com destaque de baixa para ItaúUnibanco e Bradesco.
O Ibovespa fechou aos 106.751 pts (-1,49%), acumulando -0,82% na semana, -0,44% no mês, +21,46% no ano e +24,82% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 19,0 bilhões, sendo R$ 17,0 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na B3
No dia 8 de novembro (último dado disponível), a Bovespa apurou retirada líquida de capital estrangeiro de -R$ 627,147 milhões, com a saída líquida indo a -R$ 2,152 bilhões em novembro. Em 2019, o saldo negativo líquido acumulado passou -R$ 32,556 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o volume do setor de serviços variou +1,2% em setembro versus -1,4% em agosto e +1,4% em comparação com setembro de 2018, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE. Em setembro, quatro das cinco atividades pesquisadas avançaram. O indicador passou a acumular +0,6% no ano e +0,7% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu em alta e logo passou, basicamente, a navegar ao redor de sua pontuação de fechamento sem maiores oscilações. A tendência doméstica acompanhou o mercado internacional, no qual o dólar se valorizou.
A moeda fechou cotada a R$ 4,1660 (+0,58%), acumulando -0,05% na semana, +3,84% no mês, +7,51% no ano e +10,83% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos passou a 120 pts ante 118 pts anterior.
Juros.
Os juros futuros subiram. As taxas curtas findaram praticamente estáveis. Já a parte intermediária e a longa de sua curva de estrutura a termo subiram firmemente, acompanhando o comportamento do dólar. De outra mão, alguns agentes começam a vislumbrar que a última baixa deste ciclo de afrouxamento monetário da taxa Selic poderá ocorrer em dezembro próximo.
Em relação ao pregão anterior, assim fecharam os contratos: DI janeiro/2020 em 4,74%; DI janeiro/2021 em 4,57% de 4,52%; DI janeiro/2022 em 5,17% de 5,07%; DI janeiro/2023 em 5,70% de 5,58%; DI janeiro/2025 em 6,35% de 6,20%; DI janeiro/2027 em 6,69% de 6,54%.
Agenda.
Brasil: Vendas a varejo, IGP-10, Índice de atividade econômica;
EUA: IPC, Vendas a varejo; Produção industrial;
China: Produção industrial, Vendas no varejo, Investimento estrangeiro direto.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análsie do comportamento do mercado na 3ª feira, 12.11.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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