Diário do Mercado na 5ª feira, 19.09.2019
Ibovespa chega a subir com juro mais baixo, mas exterior predomina
Comentário.
O índice doméstico principiou com “gap de abertura” positivo e se aproximou de sua máxima pontuação histórica (106.650 pts em 10/07/2019) ao testar os 106 mil pontos com meia hora de negócios, com robusto volume financeiro naquele momento.
Internamente, a motivação inicial no dia foi à redução da taxa de juros pelo Copom na véspera, após os mercados estarem fechados, para seu piso histórico de 5,50%, com perspectiva de mais diminuições ainda este ano.
Externamente, também na 4ª feira 18.09, o Fed baixou a taxa de juros, mas, apesar de não sinalizar claramente outra redução ainda em 2019, existem alguns de seus membros que mantêm essa visão.
Em suma, o impacto adverso no pregão adveio da declaração de um conselheiro da Casa Branca de questões envolvendo a China que, caso não ocorra acerto com o país asiático, os EUA podem retomar as elevações de tarifas de importação de produtos chineses. O tom da fala trouxe cautela, pois existem expectativas dos agentes que aconteça algum acerto em encontro agendado entre os países para outubro próximo. De outra mão, vale ressaltar que tanto o índice brasileiro como as bolsas de Nova York não estão distantes de suas maiores pontuações históricas, podendo um trivial motivo induzir realizações no curto prazo.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1620 (+1,44%). Nos juros futuros, as taxas recuaram firmemente hoje, com destaque maior para os contratos intermediários, após a decisão da véspera pelo Copom, que ainda deixou espaço aberto para mais cortes de juros.
Ibovespa.
O índice abriu em rápida ascensão, mas meia hora depois perdeu um pouco de força, entretanto ainda permaneceu positivo. Contudo, após os investidores terem digerido declarações vindas da Casa Branca sobre a China, sofreu pressão vendedora e deslizou para campo negativo até seu fechamento.
O Ibovespa encerrou aos 104.339 pts (-0,18%), acumulando +1,00% na semana, +3,36% no mês, +18,94% no ano e +33,48% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$12,9 bilhões (R$ 26,409 bilhões com o vencimento de opções sobre o Ibovespa), sendo R$ 12,2 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 16 de setembro (último dado disponível), ocorreu ingresso líquido de R$ 573,847 milhões em capital estrangeiro na Bovespa, com saldo positivo no mês indo a R$ 938,821 milhões. Em 2019, a saída líquida acumulada passou a -R$ 20,290 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a confiança industrial, mensurada pela CNI, permaneceu estável em 59,4 em setembro ante agosto.
Nos EUA, o índice antecedente, que é uma coletânea de expectativas para o desempenho futuro da economia, ficou estável em agosto versus variação de +0,4% em julho, mas melhor do que o consenso de mercado, em -0,1%. As vendas de casas usadas oscilou +1,3% em agosto contra +2,5% em julho, vindo acima do consenso dos analistas, em -0,7%. Na Inglaterra, o BoE (Bank od England) manteve a taxa de juros em 0,75%, como esperado.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana terminou perdendo força frente a algumas moedas “forte”, mas se valorizou diante de outras emergentes, como o real. O reacendimento do imbróglio comercial entre EUA e China, pouco antes do encontro marcado entre ambos para outubro próximo, norteou o comportamento no dia.
A moeda fechou cotada a R$ 4,1620 (+1,44%), variando +1,86% na semana, +0,48% no mês, +7,41% no ano e +0,77% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos ficou estável em 120 pts.
Juros.
Os juros futuros recuaram, com sua curva de estrutura a termo cedendo como um todo, destacadamente para as firmes baixas nos vencimentos intermediários, no dia seguinte à queda da taxa Selic pelo Copom para seu piso histórico de 5,50%, com perspectiva de mais cortes futuros.
Em relação à sessão anterior, assim fecharam: DI janeiro/2020 em 5,12% de 5,19%; DI janeiro/2021 em 5,03% de 5,22%; DI janeiro/2023 estável em 6,19% de 6,27%; DI janeiro/2025 em 6,81% de 6,83%; DI janeiro/2027 em 7,14% de 7,16%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 19.09.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos