Diário do Mercado na 6ª feira, 20.12.2019
Ibovespa sofre pressão vendedora, mas resiste e termina “de lado”
Comentário.
O índice brasileiro após três recordes históricos consecutivos, deu a entender que teria um pregão de realizações, ainda mais com o IPCA-15 acima do esperado.
Entretanto, como os índices acionários de Nova York operavam em alta e terminaram perfazendo novos recordes, o Ibovespa foi reagindo na parte da tarde e praticamente “zerou” nos leilões finais de fechamento a pequena baixa ocorrida ao longo da sessão.
Este comportamento foi uma clara sinalização de apetite ao risco dos investidores, que absorveram satisfatoriamente a divulgação mais salgada da inflação ao consumidor, mas que veio abaixo do centro da meta estipulada para o ano, e mantiveram no agregado seus posicionamentos Mais uma vez, o volume financeiro evoluiu na parte da tarde.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,0940 (+0,79%). Os juros futuros findaram em baixa gradual da ponta curta para a ponta longa, em dia de realizações de lucros.
Ibovespa.
O índice operou praticamente em campo negativo todo o pregão, mas sempre oscilando acima dos 114.500 pts (-0,55%). Contudo, ganhou terreno após às 15h e melhorou rapidamente nos instantes finais, nos leilões de fechamento e terminou “de lado”.
O Ibovespa fechou aos 115.121 pts (-0,01%), acumulando +2,27% na semana, +6,36% no mês, +30,99% no ano e +35,01% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 25,1 bilhões, sendo R$ 23,4 bilhões no mercado à vista.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), considerado como prévia para o IPCA fechado do mês, variou +1,05% em dezembro versus +0,14% em novembro, acima do consenso de +0,95%.
Ponderadamente, a principal contribuição veio do grupo alimentação e bebidas (+2,59%), com 0,63 p.p. no índice geral (por conta da alta do preço das carnes em 17,71% no período e 0,48 p.p. no índice geral), depois o grupo despesas pessoais (+1,74%) e o grupo Transportes (+0,90%), com 0,19 p.p. e 0,16 p.p., respectivamente, no índice geral. O indicador acumulou +3,91% em 2019.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) apresentou tendência de alta ao longo da sessão, seguindo o comportamento da divisa no mercado internacional, além de denotar um movimento de realizações recentes baixas.
A moeda encerrou cotada a R$ 4,0940 (+0,79%), acumulando -0,32% na semana, -3,44% no mês, +5,65% no ano e +6,17% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil 5 anos passou a 103 pts ante 102 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros terminaram em paulatina baixa ao longo de sua curva de estrutura a termo, da ponta mais curta paras a mais longa. Pela manhã, chegaram a subir, com o IPCA-15 acima do consenso.
Todavia, após os agentes digerirem os dados de inflação (impacto adveio de aumento pontual do preço de carnes), que terminou o ano abaixo do centro da meta, o melhor humor retornou.
Assim, na parte da tarde, as taxas terminaram recuando um movimento de realização das recentes altas da semana. Em relação ao pregão anterior, assim fecharam:
DI janeiro/2020 em 4,40%;
DI janeiro/2021 em 4,63% de 4,66%;
DI janeiro/2022 em 5,41% de 5,46%;
DI janeiro/2023 em 5,97% de 6,06%;
DI janeiro/2025 em 6,64% de 6,72%;
DI janeiro/2027 em 6,99% de 7,06%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 20.12.2019, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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