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Investimentos

21 de Agosto de 2019 as 01:08:56



VAREJO - Desempenho do Setor no 1º Semestre/2019: Positivo


VAREJO - Relatório Setorial do 1º Semestre/2019
 
Positivo; mas margens sofreram maiores pressões
 
No geral, as companhias do nosso universo de cobertura apresentaram um 1S19 definido pelo crescimento da receita e margens EBITDA ajustadas mais pressionadas do que no ano anterior. Leia um resumo de cada companhia nas próximas páginas.
 
Em relação à receita, observamos que a boa execução do plano estratégico das companhias durante o semestre resultou em crescimento com ganho de participação de mercado. No entanto, algumas companhias não conseguiram entregar uma perforamance tão positiva: 
 
(i) a B2W teve suas vendas 1P fortemente impactadas pelo fim da “Lei do Bem”; 
(ii) a Hypera enfrentou ajustes em sua política comercial no 1T19, o que levou seu sell in a uma forte queda; 
(iii) A Restoque passou por ajustes em seus canais de vendas e um reposicionamento da marca que prejudicou as vendas no curto prazo; e 
(iv) a Via Varejo sofreu instabilidades em seus canais de vendas.
 
Quanto à margem EBITDA ajustada, a tendência geral observada foi negativa, por fatores diferentes para cada uma das companhias, discutidos logo abaixo. Em nossa opinião, no entanto, nem todas as quedas nas margens são consideradas negativas. Em alguns casos, isso resultou de maiores investimentos para manter a companhia em um patamar diferenciado da concorrência.
 
Em suma, a companhia que se destacou neste semestre foi a Centauro, enquanto o destaque negativo foi a Via Varejo. Vale ressaltar que, apesar do desempenho negativo da Restoque e da Hypera, a queda acentuada de receita e de margem decorreu de ajustes indispensáveis no negócio com vistas a agregar valor no longo prazo, em nossa opinião.
 
Não foi o caso da Via Varejo, que só começou a dar sinais de um turnaround em curso após a mudança na gestão. Nas próximas semanas divulgaremos novos preços-alvo 20E para as companhias em nosso universo de cobertura.
 
B2W Digital. 
 
No 1S19, a B2W apresentou um aumento de 18,6% a/a do GMV total, impulsionado pelo seu marketplace (51,8%). O crescimento observado no GMV, no entanto, não foi acompanhado pela receita, dado o desempenho negativo do 1P (-10,6% a/a) após o término da 'Lei do Bem'. Como resultado, a receita líquida teve queda de 6,5% a/a no 1S19. 
 
Vale ressaltar, contudo, que apesar da queda da receita líquida, as margens vieram superiores na comparação anual. A margem bruta foi positivamente beneficiada pelo aumento da participação do marketplace no GMV total (de 46,8% para 59,9%) e levou a margem EBITDA ajustada a aumentar em 1,1 p.p. a/a. O destaque no semestre foi a geração de caixa positiva no 2T19 (R$ 6,4 milhões), indicando uma bem-vinda redução da alavancagem financeira da B2W nos próximos trimestres.
 
Centauro. 
 
Os resultados do 1S19 da Centauro foram positivos, mesmo diante de uma forte base comparativa devido à Copa do Mundo de futebol masculino em 2018. Esse semestre foi marcado 
 
(i) pelo crescimento da receita líquida (+9,5% a/a), 
(ii)  pela melhora das margens (+0,6 p.p. para margem bruta e +0,9 p.p. para margem EBITDA ajustada) e 
(iii) pela adequação de sua estrutura de capital (alavancagem financeira atingiu 0,6x DL/EBITDA, ante 4,0x no ano anterior). 
 
Os resultados são uma prova da assertividade do planejamento estratégico da companhia, cujo foco reside no omnichannel, na abertura e reforma de lojas físicas e no controle rígido das despesas com vendas, gerais e administrativas.
 
GPA. 
 
A empresa continua focada em oferecer uma melhor experiência de compra aos consumidores e na sua estratégia omnichannel. Nesse contexto, os resultados do 1S19 foram neutros, em nossa visão.
 
O Assaí foi o principal responsável pelo crescimento de 11,6% a/a da receita líquida e a redução de 2,0 p.p. na margem EBITDA ajustada, dado o aumento de sua participação na receita total e por contar com margens menores. 
 
Além disso, a necessidade de investimentos em competitividade (preços promocionais) fez com que as margens sofressem maior pressão no semestre.
 
Hypera.
 
Hypera teve um semestre bastante incomum, dificultando a comparação com o mesmo período do ano passado. Isso porque o 1T19 foi marcado por eventos pontuais, dentre os quais destacamos 
 
(i) a redução do sell in para adequar sua política comercial e gerar um alinhamento com o sell out e 
(ii) a contabilização de créditos tributários totalizando R$ 546,4 milhões. 
 
No 2T19, observamos resultados maisregulares: a receita líquida cresceu 5,8% a/a e a margem EBITDA ajustada enfrentou pressões no curto prazo devido 
 
(i) ao aumento do preço em dólar de alguns ativos farmacêuticos utilizados no processo de manufatora dos produtos e 
(ii) um aumento nas despesas de marketing e vendas para incrementar o sell out. 
 
No geral, os resultados do 2T19 vieram em linha com as estimativas do BB-BI.
 
Lojas Americanas. 
 
As Lojas Americanas (controladora) apresentaram um bom desempenho no 1S19. Apesar dos efeitos adversos do fim da “Lei do Bem”, a receita líquida da companhia cresceu 6,4% a/a.
 
Isso reflete a boa execução de sua estratégia promocional que ajudou a superar a forte base de comparação com a Copa do Mundo em 2018. Em relação às margens, a margem bruta veio estável em relação ao ano anterior (+0,1 p.p.), enquanto a margem EBITDA ajustada sofreu uma leve queda (-0,4 p.p.) devido a um resultado de equivalência patrimonial menos favorável.
 
Lojas Renner. 
 
A companhia provou mais uma vez sua capacidade de apresentar resultados sólidos. No 1S19, a receita líquida aumentou 14,7% a/a, enquanto a margem EBITDA ajustada consolidada caiu apenas 0,4 p.p. como resultado de
 
(i) maiores vendas e despesas gerais e administrativas devido a projetos relacionados a melhorias em logística e TI e
(ii) condições climáticas menos favoráveis e um mercado mais promocional em geral.
 
Magazine Luiza. 
 
Resultados positivos mais uma vez. O crescimento contínuo do GMV total (26,2% a/a) é decorrente principalmente do crescimento exponencial de seu marketplace (179,4% a/a), sem deixar de lado a performance do 1P (31,4% a/a).
 
Como resultado, a receita líquida cresceu 17,3% a/a no 1S19. A margem EBITDA ajustada, por sua vez, foi menor na comparação anual (-1,2 p.p.) devido a:
 
(i) maior pressão na margem bruta em decorrência do fim da “Lei do Bem”; 
(ii) o aumento da participação do 1P no GMV total (de 31,3% para 32,6%) e 
(ii)  maiores investimentos relacionados à base de clientes e melhoria do nível de serviços.
 
Natura&Co. 
 
Os resultados do 1S19 da Natura&Co foram positivos. O destaque foi o desempenho da TBS, cujo ganho de eficiência impactou positivamente o P&L. Vale destacar também as conquistas da Natura Brasil.
 
Após um 1T19 desafiador, prejudicado pelo fraco desempenho do mercado de cosméticos, fragrâncias e cuidados pessoais, além de uma nova política de alinhamento de preços para suportar a estratégia omnichannel sustentável, a divisão apresentou resultados interessantes no 2T19. 
 
Em suma, a Natura&Co apresentou um crescimento de receita líquida de 9,2% a/a e uma redução de 0,5 p.p. na margem EBITDA ajustada devido a maiores despesas de SG&A e corporativas (relacionadas à gestão e integração do grupo).
 
Raia Drogasil. 
 
A Raia Drogasil apresentou uma evolução de seus números na comparação anual. A receita líquida cresceu 16,1% a/a no 1S19 devido à política de preços mais competitiva da companhia, o que também gerou uma maior pressão sobre a margem bruta (-0,3 p.p. a/a).
 
A margem EBITDA ajustada também apresentou um leve declínio de 0,6 p.p. a/a devido a vários fatores, dentre os quais destacamos:
 
(i) despesas pré-operacionais relacionadas à construção de 3 centros de distribuição; 
(ii) maiores despesas logísticas decorrentes da construção dos centros de distribuição acima mencionados; 
(iii)  despesas incrementais de frete relacionadas à operação no Pará; 
(iv)  maiores despesas de consultoria para auxiliar no desenvolvimento da estratégia digital da companhia. 
 
Em nossa opinião, a redução de margem não foi significativa e é justificada pelo investimento necessário para manter a Raia Drogasil em um nível diferente de seus concorrentes.
 
Restoque. 
 
Durante o 1S19, o processo de turnaround pelo qual a Restoque vem passando cobrou seu pedágio no P&L. A receita líquida caiu 23,9% a/a em função dos ajustes nos canais de vendas e menores vendas promocionais.
 
Uma receita líquida menor, associada ao aumento do CPV no 2T19 como resultado da integração das unidades de corte e costura no 1T19, levou a margem EBITDA ajustada a cair 14,1 p.p. a/a.
 
Apesar dos resultados decepcionantes, a companhia tem boas perspectivas à frente. Em nossa opinião, ele deve começar a colher os frutos de uma lição de casa bem feita já nos próximos trimestres.
 
Via Varejo. 
 
Os resultados do Via Varejo no 1S19 foram caracterizados por instabilidades remanescentes no sistema, que levaram a companhia a desacelerar as vendas no canal online e a apresentar uma receita bruta decepcionante. Nesse cenário, a receita líquida caiu 5,3% a/a, enquanto as vendas online diminuíram 15,5% a/a. 
 
A companhia também foi impactada negativamente pelo fim da “Lei do Bem”. Isso trouxe maior pressão sobre as margens e ajudou a margem EBITDA ajustada a cair 2,4 p.p. a/a. 
 
Notamos, no entanto, perspectivas positivas à frente. A Via Varejo passou por mudanças em seu grupo controlador no final do semestre. A nova diretoria já tomou algumas iniciativas para retomar as vendas em lojas físicas (pilar que sustenta os resultados de curto prazo) e no canal online (o pilar de crescimento no longo prazo).
 
Confira no anexo a integra do estudo sobre o desempenho do setor de VAREJO brasileiro, no 1º semestre/2019, preparado por GEORGIA JORGE, Analista Sênior do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Georgia Jorge Analista Sênior do BB Investimentos





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