Diário do Mercado na 6ª feira, 24.01.2020
Ibovespa segue baixa externa com aumento da aversão ao risco
Comentário.
O índice doméstico, que havia batido novo recorde histórico de pontuação na véspera, terminou contaminado pelas quedas dos mercados acionários de Nova York e sofreu revés nesta sessão.
O surgimento de duas pessoas infectadas pelo “coronavírus" na França e mais casos nos EUA e na China elevaram o temor que a doença possa se alastrar ainda mais, apesar de a quantidade de ocorrências ainda estar muito distante para a OMS (Organização Mundial de Saúde) considerar uma epidemia, a despeito de ter chegado a mais países.
A incerteza dos agentes terminou por elevar a aversão ao risco, com o índice VIX (EUA) subindo a 14,56 pts versus 12,98 pts na véspera, apesar de não ser um patamar preocupante – a questão é se prosseguirá ou não em tendência ascendente.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,1840 (+0,46%). Os juros futuros tiveram pequenos recuos, com a visão dos investidores de maior chance de novo corte na taxa Selic.
Ibovespa.
O índice já principiou declinante e do meio da tarde em diante passou a acompanhar a trajetória negativa do índice S&P500, passando a oscilar com curtas variações já ao redor de sua pontuação de fechamento. A Vale, a Petrobras e os papéis do setor de bancos caíram.
O Ibovespa fechou aos 118.376 pts (-0,96%), acumulando -0,09% na semana, +2,36% no mês (e no ano) e +21,19% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 19,6 bilhões, sendo R$ 18,0 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 22 de janeiro (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 1,513 bilhão da Bovespa, com o saldo líquido negativo para subindo a -R$ 10,006 bilhões no mês.
Agenda Econômica.
No Brasil, o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apurou corte de 307.311 vagas em dezembro (sazonalmente é negativo neste mês), já ajustado por declarações fora do prazo. Em 2019, foram criadas 644.079 postos de trabalho ante 529.554 empregos em 2018, sendo o melhor resultado desde 2013 (1,117 milhão de vagas).
Gerações por setor em 2019: Serviços em 382.525; Comércio em 145.475; Construção Civil em 71.115; Indústria de Transformação em 18.341; Agropecuária em 14.366; SIUP em 6.430; Extrativa Mineral em 5.005; e Adm. Pública em 822.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou em campo positivo ao longo do pregão. A divisa chegou a oscilar inicialmente, mas avançou na parte da tarde, acompanhando a maior aversão externa ao risco.
A divisa findou em R$ 4,1840 (+0,46%), acumulando +0,48% na semana, +4,29% no mês (e no ano) e +10,98% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil de 5 anos passou a 101 pts ante 99 pts ontem.
Juros.
Os juros futuros denotaram pequeno recuo praticamente ao longo de toda a sua curva de estrutura a termo, que arrefeceu levemente. A percepção majoritária dos agentes no momento é que a taxa Selic poderá sofrer novo corte pelo Banco Central em sua reunião de 5 de fevereiro próximo. Em relação ao pregão anterior, assim fecharam:
DI janeiro/2021 em 4,35% de 4,37%;
DI janeiro/2022 em 4,99%;
DI janeiro/2023 em 5,56% de 5,57%;
DI janeiro/2025 em 6,30% de 6,32%;
DI janeiro/2027 em 6,68% de 6,71%.
Agenda.
Brasil: IPC-FIPE, Setor externo, Balança comercial, Custos de construção/FGV, Dívida Federal, Taxa inadimplência emprést pessoais, IGP-M, Taxa desemprego,Resultados primário e nominal do setor público;
EUA: Vendas de casas novas, Pedidos de bens duráveis, Conf. Board Confiança consumidor, Balança comercial, Estoques no atacado, Estoques de varejo, FOMC – decisão de juros, PIB, Consumo pessoal, PCE - núcleo, Sentimento Univ de Mich,
Alemanha: IPC;
França: PIB, IPC;
Reino Unido: Juros - Boe (Bank of England);
Zona do euro: PIB;
Japão: IPC, taxa desemprego, Prod. industrial;
China: PMI Manuf.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o desempenho da B3 na 6ª feira, 24.01.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos