Diário do Mercado na 6ª feira, 21.02.2020
Ibovespa prossegue em baixa com exterior e feriado interno
Comentário.
O mercado de renda variável brasileiro registrou queda pelo segundo pregão consecutivo, seguindo a mesma tendência das bolsas do exterior. De maneira recorrente, permaneceu como foco o coronavírus, que, aparentemente, perdeu algum ímpeto na China, todavia, mais casos foram relatados fora do país asiático.
Em suma, os agentes seguiram preocupados com os efeitos econômicos negativos da doença, com mais empresas anunciando que deverão sofrer impactos adversos neste primeiro trimestre do ano, cujo temor maior é que os próximos trimestres possam ainda ser afetados.
Externamente, os índices acionários de Nova York sofreram quedas e contaminaram negativamente as demais bolsas pelo mundo. Internamente, pesou também o fato do feriado prolongado de carnaval - que já havia contribuído para a baixa da véspera, com a Bovespa somente reabrindo na próxima quarta-feira, enquanto as bolsas norte-americanas irão funcionar normalmente. Na parte da tarde, o Ibovespa colou sua trajetória no índice S&P500 até o fechamento.
No Brasil, o dólar comercial fechou “de lado”, após ter atingido a cotação de R$ 4,4060, renovou sua máxima histórica de fechamento, indo a R$ 4,3920 (+0,02%). Os juros futuros curtos arrefeceram levemente, mas, subiram a partir dos vencimentos intermediários.
Ibovespa.
O índice principiou rapidamente cadente e logo depois ficou oscilando, com pequenas variações basicamente ao redor 113.200 pts (-1,21%), recuperando um pouco de terreno na zeragem nos leilões de fechamento.
O Ibovespa fechou aos 113.681 pts (-0,79%), acumulando -0,61% na semana, -0,07% no mês, -1,70% no ano e +17,68% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 21,8 bilhões, sendo R$ 19,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 19 de fevereiro, a Bovespa apurou saída líquida de R$ 933,678 milhões em capital estrangeiro, acumulando saldos negativos de -R$ 10,126 bi no mês e de -R$ 29,284 bi no ano.
Agenda Econômica.
No Brasil, em janeiro, o déficit em conta corrente foi de -US$ 11,879 bilhões, enquanto o investimento estrangeiro direto foi de US$ 5,618 bilhões. Nos EUA, o PMI manufatura, na prévia de fevereiro, cedeu para 50,8 verus 51,9 em janeiro – inferior ao consenso de 51,5.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) chegou a atingir uma nova cotação máxima histórica pela manhã. Contudo, depois dos agentes terem digerido um indicador de atividade norte-americano mais fraco do que o esperado (PMI manufatura cedeu), a divisa perdeu fôlego na parte da tarde, findando em novo recorde, mas “de lado”.
A moeda fechou a R$ 4,3920 (+0,02%), acumulando +2,14% na semana, +2,52% no mês, +9,47% no ano e +16,84% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) se manteve em 93 pts.
Juros.
Os juros futuros ficaram cederam ligeiramente no curto prazo, mas avançaram a partir dos contratos intermediários. O dia foi de ajustes de perspectivas e de cautela, diante do feriado prolongado. Em relação ao pregão anterior, assim findaram as taxas:
DI janeiro/2021 em 4,19% de 4,20%;
DI janeiro/2022 em 4,68% de 4,67%;
DI janeiro/2023 em 5,26% de 5,22%;
DI janeiro/2024 em 5,75% de 5,69%;
DI janeiro/2025 em 6,06% de 6,00%;
DI janeiro/2027 em 6,47% de 6,41%.
Agenda.
Brasil: Caged (Criação de empregos formais); IGP- M, Dados do setor de crédito, Taxa de desemprego, Resultado primário e nominal do setor público;
EUA: PIB, PCE (inflação), Sentimento Univ de Michigan;
Japão: Produção Industrial;
China: PMI manufatura.
Empresas. Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 21.02.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos.
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