Diário do Mercado na 4ª feira, 05.02.2020
Ibovespa sobe com panorama externo, em dia de corte da Selic
Comentário.
O índice brasileiro, embalado pela escalada das bolsas de Nova York, assinalou seu terceiro pregão consecutivo de alta. A redução global da aversão ao risco, com a continuidade de perspectivas favoráveis em relação à contenção do coronavírus, principalmente, na China - foco e de onde partiu a doença, motivou o melhor humor dos agentes no dia.
Também, a OMS (Organização Mundial de Saúde) lançou um plano de auxílio a países mais pobres para combater a patologia.
O entusiasmo dos investidores que vinha em uma crescente a partir de meados de janeiro e foi contida pelo coronavírus, aparentemente, retomou sua tendência promissora no início de fevereiro. Mais uma vez, as altas dos índices acionários norte-americanos ajudaram a impulsionar as demais bolsas pelo mundo.
Internamente, o Copom decidiu cortar, pela 5ª reunião consecutiva, por unanimidade, a taxa básica de juros (Selic) em 25 pts-base, para seu novo piso histórico de 4,25% a.a., como estimado pelo mercado, mas indicou que o ciclo de reduções está interrompido.
No Brasil, o dólar comercial fechou cotado a R$ 4,2390 (-0,45%). Os juros futuros baixaram, levando ao recuo de sua curva de estrutura a termo pela terceira sessão seguida, com realce na ponta longa, enquanto os agentes aguardavam confiantes o resultado do Copom.
Ibovespa.
O índice teve uma trajetória similar a da véspera, abrindo com veloz avanço e esmaecendo na parte da tarde. Ainda pela manhã, marcou a máxima do dia aos 117.700 pts (+1,85%).
Os destaques positivos ponderados vieram dos papéis do setor de bancos (BBAS3: R$50,50; +4,66%; 2º maior ganho no dia) e da Vale. Já as ações da Petrobras subiram de início, mas arrefeceram ao longo do pregão por conta da precificação de sua oferta secundária de ações da carteira do BNDES no dia.
O Ibovespa fechou aos 116.028 pts (+0,41%), acumulando +1,99% na semana (e no mês), +0,33% no ano e +18,02% em 12 meses. O vigoroso volume financeiro da Bovespa foi de R$ 27,8 bilhões, sendo R$ 25,9 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 3 de fevereiro, houve retirada líquida de capital estrangeiro de -R$ 2,314 bi da Bovespa, após ter fechado janeiro com retirada líquida de -R$ 19,157 bi.
Agenda Econômica.
No Brasil, o Copom, após estarem fechados os mercados, baixou em 25 pts-base a taxa Selic por unanimidade, para seu novo piso histórico de 4,25% a.a. Em seu comunicado citou:
“O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária. Considerando os efeitos defasados do ciclo de afrouxamento iniciado em julho de 2019, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária”.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) cedeu após sua abertura, com melhor panorama externo. Todavia, na ausência de novas notícias chegou a ensaiar uma leve elevação na parte da tarde, mas que não se sustentou diante da menor aversão global ao risco.
A moeda fechou cotada a R$ 4,2390 (-0,45%), acumulando -1,05% na semana (e no mês), +5,66% no ano e +15,69% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país medido pelo CDS Brasil de 5 anos cedeu a 97 pts versus 99 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros denotaram a terceira sessão de recuo de sua estrutura a termo. A continuidade do alívio global dos temores em relação ao coronavírus e a percepção de desaceleração da inflação doméstica induziram este comportamento, com destaque de baixa para a ponta longa. Em relação ao pregão anterior, assim encerraram as taxas:
DI janeiro/2021 em 4,29% de 4,30%;
DI janeiro/2022 em 4,89% de 4,91%;
DI janeiro/2023 em 5,42% de 5,45%;
DI janeiro/2024 em 5,82% de 5,86%;
DI janeiro/2025 em 6,05% de 6,11%;
DI janeiro/2027 em 6,39% de 6,47%.
Agenda.
Brasil: Dados veículos Anfavea, IGP-DI, IPCA;
EUA: Custo da mão-de-obra, Produtividade; Payroll - Criação de vagas na economia, Taxa de desemprego;
Alemanha: Produção industrial;
China: Balança comercial, Reservas estrangeiras.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 05.02.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Invdstimentos