Diário do Mercado na 5ª feira 19.03.2020
Bolsas sobem pelo mundo com medidas de bancos centrais e governos
Comentário.
O índice brasileiro teve uma sessão volátil – um pregão de “respiro”, no qual terminou em alta. Em suma, os investidores terminaram digerindo positivamente as medidas globais para tentar evitar um cenário futuro ainda mais adverso por conta dos efeitos do coronavírus.
Externamente, o governo norte-americano poderá adquirir parte das ações de empresas que ficarem em dificuldades financeiras. Também, os EUA decidiram comprar 30 milhões de barris de petróleo, ajudando a levantar no dia o preço do produto no mercado internacional, depois das recentes vigorosas quedas.
O Banco da Inglaterra (BoE) cortou a taxa de juros para 0,10%, de 0,25% antes, e aumentou o programa de compra de bônus de 200 bilhões de libras para 645 bilhões de libras. Já o Banco Central Europeu (BCE) disse que poderá elevar sua compra mensal de ativos.
Internamente, o Banco Central acertou um swap (empréstimo) de US$ 60 bilhões com o Fed, que também promoveu o mesmo tipo de acerto com outros oito países. O governo brasileiro também está estudando mais medidas para enfrentar os efeitos negativos do coronavírus no País.
O dólar comercial recuou com a postura do Banco Central, fechando a R$ 5,1020 (-1,85%). Os juros futuros curtíssimos recuaram, até parte dos intermediários, enquanto os longos fecharam com sinais divergentes. O mercado refletiu o corte e o comunicado do Copom, que reduziu a taxa Selic em 50 pts-base, para o piso histórico de 3,75% a.a., na véspera.
Ibovespa.
O índice iniciou em baixa, reagindo após o meio dia, mas firmou-se em campo positivo somente após as 14h30. A partir daí, deslocou-se e findou acima do índice S&P500.
O Ibovespa fechou aos 68.331 pts (+2,15%), acumulando -17,35% na semana, -34,40% no mês, -40,91% ano e -31,39% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 34,5 bilhões, sendo R$ 29,6 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 16 de março, a Bovespa registrou retirada líquida de capital estrangeiro de R$ 733,045 bilhões, acumulando saída líquida de R$ 15,478 bilhões em março (fevereiro: recorde de retirada mensal de -R$ 20,971 bilhões). Em 2020, passou a acumular saldo negativo de -R$ 55,607 bilhões (em 2019, retirada anual líquida recorde de -R$44,517 bilhões).
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) oscilou inicialmente, mas depois da primeira hora de negócios, foi arrefecendo em direção ao fechamento. A postura do Banco Central foi determinante. O órgão efetuou US$ 2 bilhões em leilão de linha e US$ 635 milhões à vista. Também foi feito um swap de dólar (empréstimo) de U$ 60 bilhões com o Fed.
A moeda fechou em R$ 5,1020 (-1,85%), acumulando agora +5,94% na semana, +13,93% no mês, +27,17% no ano e +34,65% em 12 meses.
Risco País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu para 335 pts versus 383 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros curtos apresentaram firmes quedas, com o recuo se estendendo até parte dos intermediários. Já os longos oscilaram entre pequenas altas e baixas. O movimento do câmbio influenciou o comportamento na sessão. Assim terminaram as taxas em relação ao dia anterior:
DI janeiro/2021 em 3,94% de 4,00%;
DI janeiro/2022 em 5,77% de 5,81%;
DI janeiro/2023 em 6,96% de 7,05%;
DI janeiro/2025 em 7,98% de 8,02%;
DI janeiro/2027 em 8,57% de 8,55%.
Agenda. vide página 3 do relatório anexo.
Empresas. Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 5ª feira 19.03.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.
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