Diário do Mercado na 6ª feira, 27.03.2020
Bolsas recuam com coronavírus e o “efeito sexta-feira”
Comentário.
O índice doméstico teve um pregão de realizações depois de três pregões consecutivos de ganhos, alinhado com a tendência das bolsas de Nova York.
Vale ressaltar que o volume financeiro foi mais baixo do que nas recentes altas, com parte dos agentes preferindo se desfazer de posicionamentos em véspera de final de semana, com os temores de notícias adversas do coronavírus.
Apesar disto, o Ibovespa subiu +9,48% na semana, após cinco semanas seguidas de quedas. Nos Estados Unidos, os investidores foram influenciados também pelo número de casos confirmados do covid-19 no país terem superado a quantidade daqueles ocorridos na China.
A aversão ao risco permaneceu elevada e os índices de Wall Street tiveram firmes baixas: Dow Jones em -4,06%; Nasdaq em -3,79%; e S&P500 em -3,37%). A tendência das bolsas deverá ser influenciada pelas interpretações do mercado em relação à propagação da patologia nos Estados Unidos
O dólar comercial, após três dias de baixas, avançou para R$ 5,1060 (+2,16%). Os juros futuros curtos tiveram ligeiras altas, mas os intermediários e longos, pequenos recuos.
Ibovespa
O índice já principiou descendente e prosseguiu em campo negativo ao longo de toda a sessão, acompanhando o índice S&P500 em seu movimento intradiário – como tem sido a tônica recente, mas com perda maior no dia. O preço do barril de petróleo tipo Brent caiu para US$ 24,93 (-5,35%) e pressionou ainda mais as ações da Petrobras
O Ibovespa findou aos 73.428 pts (-5,51%), acumulando +9,48% na semana, -29,51% no mês, -36,51% ano e -20,10% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 23,8 bilhões, sendo R$ 26,7 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 25 de março, a Bovespa teve saída líquida de capital estrangeiro de R$88,690 milhões, acumulando retirada líquida de R$ 20,533 bilhões em março (fevereiro: recorde de retirada mensal de -R$ 20,971 bi). Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 60,662 bilhões (acima da retirada líquida recorde de -R$44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, a taxa de inadimplência subiu para 5,1% em fevereiro ante 4,9% em janeiro.
Nos EUA o núcleo do PCE, variação de preços monitorada pelo Fed, passou a +1,8% em fevereiro versus 1,6% em janeiro – consenso em +1,7%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) tornou a avançar após três pregões de baixas, com a piora do humor do panorama externo. A divisa subiu mesmo com o Banco Central efetuando dois leilões de venda à vista na parte da tarde, que somaram US$ 1 bilhão.
A moeda fechou a R$ 5,1060 (+2,16%), acumulando +1,59% na semana, +14,02% no mês, +27,27% no ano e +29,14% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu para 263 pts ante 229 anterior.
Juros.
Os juros futuros curtos fecharam em levíssimas altas em sua maioria, enquanto os intermediários e longos com pequenas baixas. Os agentes consideraram proveitosas as medidas de crédito e de proteção ao emprego anunciadas pelo governo. ssim findaram as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 3,41% de 3,42%;
DI janeiro/2021 em 3,50% de 3,49%;
DI janeiro/2022 em 4,37% de 4,43%;
DI janeiro/2023 em 5,66% de 5,68%;
DI janeiro/2025 em 6,97% de 7,04%;
DI janeiro/2027 em 7,64% de 7,76%.
Agenda. vide página 3 do relatório anexo.
Empresas. Calendário de Balanços de Empresas 4T19 – vide página 4 do relatório anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 27.03.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos.
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