Diário de Mercado na 5º feira, 21.05.2020
Ibovespa avança com percepção de alívio fiscal, mas Nova York cai
Comentário.
O índice doméstico subiu com favorável volume financeiro e descolou-se positivamente das negativas bolsas de Nova York, dando continuidade à elevação da véspera - que foi propiciada pela expectativa de possível alívio de gastos do governo.
Internamente, logo cedo, houve a reunião entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores dos estados, na qual ficou acertada que o pacote de auxílio aos estados e municípios deve ser sancionado o mais breve possível e que o reajuste de servidores será postergado até o final de 2021.
Os agentes consideraram positivas tanto a melhoria na questão fiscal, como o acerto político entre as partes. Assim, o cenário doméstico predominou sobre o adverso panorama externo no dia.
Externamente, além do presidente do Fed ter citado “grande incerteza” em relação ao cenário futuro, a elevação das tensões comerciais entre EUA e China pesaram. Ademais, senadores norte-americanos pensam em propor sanções contra o país asiático por conta da tentativa chinesa de impor mais controle sobre Hong Kong.
Neste quadro, nem mesmo as altas dos preços futuros para julho dos barris de petróleo ajudaram (tipo Brent em US$ 36,06 com +0,87%; e tipo WTI em US$ 33,92 com+1,28%) e os índices caíram em Nova York (Dow Jones em -0,41%; S&P500 em -0,78% e Nasdaq em -0,97%), arrastando as demais bolsas pelo mundo, talvez até evitando um ganho maior no mercado brasileiro.
O dólar comercial decaiu, com a menor aversão ao risco, fechando a R$ 5,5810 (-1,86%). Os juros futuros baixaram como um todo, com o melhor panorama interno e com o dólar.
Ibovespa.
O índice abriu ascendente e logo passou a girar ao redor de 82.500 pts (+1,45%) até o meio da tarde, firmando em nível superior a este a partir daí. O setor de bancos e a B3 foram destaques ponderados positivos no dia.
O Ibovespa fechou aos 83.027 pts (+2,10%), acumulando +7,05% na semana, +3,03% no mês, -28,21% ano e -12,13% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da bolsa foi de R$ 27,9 bilhões, sendo R$ 25,7 bilhões no mercado à vista.
Capital Externo na Bolsa B3
No dia 19 de maio, a Bovespa mostrou ingresso líquido de R$ 4,236 milhões, acumulando saída líquida de -R$ 8,374 bilhões no mês (após saque líquido de -R$ 5,069 bilhões em abril).
Em 2020, acumula agora saldo negativo de -R$ 77,780 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
Os PMIs dos EUA e das principais economias europeias apresentaram alguma reação, mas ainda distantes dos patamares anteriores ao coronavírus.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) teve queda e manteve a tendência descendente que se iniciou no recente dia 14 de maio. O recuo da aversão ao risco do Brasil pelo segundo dia consecutivo e a melhor visão interna sobre a questão fiscal induziu o movimento.
A moeda fechou cotada a R$ 5,5810 (-1,86%), acumulando -4,40% na semana, +2,65% no mês +39,11% no ano e +37,90% em 12 meses.
RiscoPaís
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) recuou a 302 pts ante 316 pts do dia anterior.
Juros.
Os juros futuros baixaram e derrubaram como um todo a sua curva de estrutura a termo. A melhor perspectiva sobre a questão fiscal propiciou este comportamento. Assim fecharam as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 2,72% de 2,74%;
DI outubro/2020 em 2,49% de 2,53%;
DI janeiro/2021 em 2,49% de 2,55%;
DI janeiro/2022 em 3,36% de 3,42%;
DI janeiro/2023 em 4,51% de 4,57%;
DI janeiro/2025 em 6,40% de 6,54%;
DI janeiro/2027 em 7,43% de 7,61%.
Agenda. vide página 3 do relatório anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 21.05.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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