Diário do Mercado na 4ª feira, 17.06.2020
Ibovespa avança com perspectiva de mais quedas da taxa Selic
Comentário.
O índice brasileiro, em dia de vencimento de índice futuro e de opções sobre o índice encerrou em alta, descolado dos índices de Nova York. O grande motivador no dia foi uma maior expectativa dos agentes que além da redução da taxa básica no dia, haveria condições para diminuições adicionais futuras.
Realmente, após estarem fechados os mercados, o Copom confirmou a visão do mercado e cortou a taxa Selic em 75 pts-base, para seu novo piso histórico de 2,25% a.a. por unanimidade. Também, no comunicado da reunião, os investidores consideraram que foi denotado que ainda existe espaço para redução de juros na subsequente decisão do Banco Central em 5 de agosto próximo.
Externamente, os temores com mais indícios do surgimento de uma segunda onda do coronavírus nos EUA e no mundo, trouxeram incertezas. As baixas dos preços futuros dos barris de petróleo para agosto (Brent em US$ 40,71; -0,61% / WTI em US$ 38,21; -1,14%) também não foram bem vistas. Os índices Dow Jones e S&P500 caíram, mas o índice de tecnologia Nasdaq encerrou positivo.
O dólar comercial esteve volátil, mas firmou-se em alta na parte da tarde, fechando a R$ 5,2620 (+0,57%). Os juros futuros recuaram e derrubaram como um todo sua curva de estrutura a termo, se sobressaindo o contrato de curtíssimo prazo.
Ibovespa.
O índice abriu positivo e manteve ligeira tendência ascendente até por volta das 14h. A partir daí, com o otimismo dos investidores em relação a mais cortes futuros da taxa básica de juros, ganhou mais ímpeto, com leves realizações nas duas horas finais, mas encerrando com firme elevação.
O Ibovespa terminou aos 95.547 pts (+2,16%), acumulando +2,97% na semana, +9,32% no mês, -17,38% ano e -2,13% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 30,5 bilhões, sendo R$ 27,6 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 12 de junho, a Bovespa teve retirada líquida de R$ 440,734 milhões, acumulando R$ 2,372 bilhões no mês.
Em 2020, o saldo negativo está em -R$ 74,475 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, o volume de setor de serviços (com ajuste sazonal) teve queda recorde (série desde janeiro de 2011) de -11,7% em abril ante -2,7% em maio, bem como caiu -17,2% em relação a abril de 2019. O indicador mostra variação de -4,5% no ano ante os quatro primeiros meses do ano passado e -0,6% nos últimos 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar esteve volátil na parte da manhã, mas do meio da tarde em diante firmou-se em campo positivo. Os movimentos no dia foram impactados pela perspectiva de corte da taxa Selic, mas a piora do humor no exterior terminou por levar a um encerramento em alta.
A moeda fechou a R$ 5,2620 (+0,57%), acumulando +4,36% na semana, -1,42% no mês, +31,16% no ano e +34,96% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu a 257 pts ante 250 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros curtos caíram e derrubaram sua curva de estrutura a termo como um todo. Destaque de baixa para o contrato curtíssimo e depois para as taxas longas. A expectativa de mais redução na taxa Selic pelos agentes induziu o comportamento no dia.
Assim fecharam as taxas em relação a ontem:
DI julho/2020 em 2,25% de 2,32%;
DI outubro/2020 em 2,11% de 2,13%;
DI janeiro/2021 estável em 2,10%;
DI janeiro/2022 em 3,05% de 3,08%;
DI janeiro/2023 em 4,12% de 4,19%;
DI janeiro/2025 em 5,66% de 5,77%;
DI janeiro/2027 em 6,62% de 6,74%.
Agenda.
vide página 3 do anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 4ª feira, 17.06.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos
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