Diário do Mercado na 5ª feira, 23.07.2020
Cenário externo negativo faz bolsa cair quase 2%. Dólar volta a subir.
Comentário.
Uma série de notícias negativas influenciaram o desempenho dos mercados no dia de hoje. Nos EUA, além das tensões comerciais e do crescimento do número de casos de Covid-19, os quais já estavam no radar dos investidores nos últimos dias, também contribuíram para a piora do clima o aumento do número de pedidos de seguro-desemprego e a confirmação de audiência, para a próxima semana, no contexto das investigações antitruste conduzidas pela Câmara dos Representantes americana e que envolve gigantes do setor de tecnologia.
Aqui no Brasil, em mais um dia com a agenda vazia de indicadores econômicos relevantes, o Ibovespa acabou acompanhando o movimento de desvalorização das bolsas em Nova Iorque e encerrou o dia com queda de 1,91%, voltando para a casa dos 102 mil pontos.
No mercado cambial, a moeda brasileira seguiu o movimento dos principais emergentes recuando frente ao dólar que, após três sessões de queda, voltou a subir fechando o dia cotado a R$5,21. Os juros futuros fecharam com uma alta marginal nos vencimentos mais longos o que, dada a estabilidade nos vencimentos mais curtos, levou a um leve aumento na inclinação da curva de juros.
Ibovespa.
O índice abriu a sessão em alta, novamente se aproximando do patamar dos 105 mil pontos.
No entanto, acompanhando o clima de cautela no exterior, a bolsa iniciou uma tendência de queda encerrando o dia bem próximo da mínima aos 102.293 pontos (-1,91%).
Apenas 6 dos papéis que compõem o índice fecharam em alta com destaque para o desempenho das ações da Suzano S.A. (SUZB3), que subiram 3,14%. Pelo lado das perdas, as ações da Tim Participações S.A. (TIMP3) apresentaram a maior queda do dia com desvalorização de 8,43%. O giro financeiro preliminar da Bolsa foi de R$ 28,5 bilhões, sendo R$ 26,3 bilhões no mercado à vista.
No dia 21 de julho (dado mais recente), os investidores estrangeiros retiraram R$ 525,996 milhões da B3, aumentando o saldo negativo do mês para R$ 4,617 bilhões. No acumulado de 2020, os investidores já retiraram R$ 81,122 bilhões.
Câmbio e CDS.
O aumento das incertezas em relação à recuperação global acabou levando a um movimento de valorização do dólar frente a maioria das divisas emergentes, inclusive o real que apresentou o pior desempenho.
No mercado doméstico, o dólar comercial fechou a sessão de hoje com mais uma queda, cotado a R$ 5,2044 (+1,67%).
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) subiu de 206 para 222 pontos.
Juros.
Em linha com a alta da moeda americana, os juros futuros encerraram o dia com uma ligeira alta nos vencimentos mais longos se mantendo próximo da estabilidade nos vencimentos mais curtos. Assim fecharam as taxas em relação a sessão anterior:
DI outubro/2020 se manteve em 2,05%;
DI janeiro/2021 caiu de 2,04% para 2,03%;
DI janeiro/2022 se manteve em 2,97%;
DI janeiro/2023 se manteve em 4,07%;
DI janeiro/2025 subiu de 5,55% para 5,58%;
DI janeiro/2027 subiu de 6,39% para 6,43%.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 23.07.2020, elaborado por RICHARDI FERREIRA, CNPI, e HENRIQUE TOMAZ, CFA, integrantes do BB Investimentos