Conexão Mercado - Fechamento na 3ª feira 13.10.2020
Roger Marçal, Gerente
Clara Cerqueira
Elifrancis Braga Almeida
do BB DIMEF Cenários Financeiros
Mercado Externo
Cautela dominou os mercados diante dos receios envolvendo a pandemia e o pacote de estímulos nos EUA.
► No exterior, a sessão foi marcada pela cautela, com investidores montando posições mais defensivas diante do noticiário relacionado à pandemia e pela fala de Pelosi, presidente da Câmara dos EUA, de que a proposta do governo para um novo pacote ficou muito aquém do necessário.
► Ainda sobre o pacote de estímulos, os membros do Partido Republicano parecem não se entender. O líder republicano no Senado, Mitch McConnel, está tentando votar na próxima semana um pacote menor, que contemplaria apenas o PPP (programa para pequenas empresas). O que leva a crer que a proposta do governo parece não ter convencido parte dos republicanos. Além disso, há a perspectiva de que a aprovação de qualquer pacote no Senado terá que esperar a aprovação da nova ministra da Suprema Corte, Amy Barret.
► A J&J informou que deve demorar alguns dias até que o comitê de monitoramento de segurança avalie os testes clínicos de sua vacina após sua suspensão por uma intercorrência com um paciente. Já Eli Lilly teve que interromper os testes de um medicamento contra a covid-19 por causa de preocupações quanto à segurança dos pacientes
► A OMC (Organização Mundial do Comércio) autorizou a União Europeia a retaliar os EUA por subsídios à Boeing.
► Bolsas: Em NY os índices fecharam em queda, influenciados pela interrupção dos testes da vacina da J&J e do medicamento da Eli Lilly; e pela falta de otimismo sobre a aprovação de um pacote fiscal em breve. Nasdaq teve uma sessão muitos volátil, alternando entre altas e baixas, influenciada pelas ações da Apple (empresa confirmou o lançamento do iPhone 12 com 5G o que gerou uma forte realização de lucros). Na Europa, as bolsas tb fecharam em queda influenciadas pelo avanço da covid na região, pelos dados alemães decepcionantes e pelo imbróglio envolvendo o pós-brexit.
► Juros: As yields dos treasuries fecharam em queda com investidores assumindo posições mais defensivas diante da cautela com pacote de estímulos, coronavírus (ondas e tratamentos) e indicador de inflação fraco (apontando que o cenário de juros baixos deve perdurar por um longo período).
► Câmbio: Dólar se fortaleceu ante praticamente todas as moedas refletindo o ambiente de maior cautela.
Mercado Interno
Na volta do feriado, os mercados operaram voláteis, de olho no exterior e nas questões locais
► No Brasil, na volta do feriado, os mercados operaram voláteis, promovendo alguns ajustes, de olho no exterior e nas questões locais.
► O relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro, informou que a garantia de que a carga tributária do País não vai subir estará no primeiro capítulo do substitutivo da matéria. O deputado comentou ainda que não se pode flexibilizar a responsabilidade fiscal e que seria um desastre para o Brasil. No mais, afirmou que é preciso avançar na tributação de renda e patrimônio, temas que estão nas emendas à PEC.
► Já o senador Roberto Rocha disse hoje que a reforma tributária será votada em comissão mista, presidida por ele, até 10 de dezembro. Rocha disse ser possível a votação da reforma ainda neste ano pelo plenário da Câmara, onde ele vê maior engajamento em torno da matéria. Por fim, comentou que a CPMF deve ter como premissa ser temporária só em uma ponta, podendo arrecadar cerca de R$ 60 bilhões, o que permitiria queda na tributação da folha de 20% para 14%.
► Dólar: fechou em alta frente ao Real, ficando no patamar próximo dos R$ 5,57, em meio à cautela externa e incertezas fiscais, com a atuação do BC via leilão à vista apenas amenizando o movimento.
► Juros: fecharam em queda nos prazos médios e longos, repercutindo as medidas anunciadas pelo Banco Central e Tesouro na última sexta-feira, reduzindo a pressão nas condições financiamento da dívida pública. Já os vértices mais curtos fecharam perto da estabilidade, refletindo a cautela com os riscos fiscais as pressões inflacionárias.
► Ibovespa: após abrir em alta se ajustando aos ganhos das bolsas externas no dia anterior, o índice operou instável, mas acabou retomando o fôlego diante de novos sinais para a agenda de reformas, ficando no nível dos 98 mil pts. Destaque para alta de Petrobras, Vale, Eletrobrás e varejistas.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, preparado por Roger Marçal, Gerente, Clara Cerqueira e Elifrancis Braga Almeida do BB DIMEF Cenários Financeiros.
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