CONEXÃO MERCADO – Fechamento em 29.09.2020
Roger Marçal – Gerente,
Luiz Claudio Arraes Liberali
e Adriana dos Santos Lima,
do BB DIMEF Cenários Financeiros
Ambiente Externo
Mercados fecharam divididos e cautelosos, com investidores contrabalanceando as notícias e avaliando o cenário.
► No exterior, os mercados fecharam o dia em viés de cautela, mesmo após o indicador de confiança do consumidor, referente ao mês de setembro nos EUA, ter vindo acima das expectativas. A atenção dos investidores concentrou-se no possível desfecho do debate eleitoral entre o presidente Donald Trump e Joe Biden, que ocorrerá hoje às 22h (horário de Brasília).
► Porém, não menos importante, as preocupações com o aumento do número de casos de infectados pelo coronavírus no mundo e a falta de um acordo sobre o pacote fiscal anunciado pala presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, de US$ 2,2 trilhões, também pressionaram os ativos.
► Em relação a fala dos dirigentes do Fed, Robert Kaplan (Dallas) voltou a defender a necessidade de implementação de mais apoio fiscal nos Estados Unidos. Já John Willians (Fed Nova York) afirmou que a instituição não está preocupada com pressões inflacionárias, no momento. Segundo ele, a recuperação econômica foi mais forte do que muitos imaginaram, e espera que continue forte neste final de ano e em 2021. No entanto, alertou que uma desaceleração dos estímulos fiscais poderia prejudicar essa trajetória de recuperação.
► O petróleo fechou em queda, em meio as incertezas sobre a demanda devido ao avanço global do coronavírus e a informação de que a Líbia retomou a produção em uma de suas plataformas que estavam paralisadas desde o ano passado.
► Bolsas: Em NY e na Europa, os índices fecharam em queda, refletindo as preocupações com o debate nos EUA e a piora da pandemia no mundo. A falta de um acordo comercial para o pós-Brexit também pesou negativamente sobre as bolsas europeias.
► Juros: as yields dos treasuries recuaram em todos os prazos refletindo a busca por ativos defensivos.
► Câmbio: O dólar fechou em queda contra seus pares principais, horas antes do debate entre Trump e Biden, com o índice DXY recuando quase 0,5%. Entre as emergentes, a divisa americana ficou mista, após oscilações. A cautela generalizada, juntamente com o recuo do petróleo e embates geopolíticos limitaram ganhos
Ambiente Interno
Mercados oscilaram diante da continuidade das incertezas com as questões locais
► No Brasil, os mercados operaram voláteis, mas com predominância de viés negativo em meio as preocupações com o quadro fiscal.
► Na parte da manhã o presidente Bolsonaro defendeu a responsabilidade fiscal e o teto de gastos. Entretanto, o senador Marcio Bittar, relator do Orçamento e da PEC do Pacto Federativo confirmou que a proposta de utilizar recursos de precatórios como fonte de financiamento do programa Renda Cidadã ainda está firme, não há perspectiva de mudanças para essa ideia inicial.
► Ainda no campo político, o presidente do senado, Davi Alcolumbre, afirmou que pretende convocar a sessão do Congresso que irá apreciar o veto presidencial sobre a desoneração da folha de pagamentos para esta quarta-feira (29/09), conforme já estava previsto.
► Cabe ressaltar que aparentemente há uma disposição política para a derrubada do veto dessa matéria que pode trazer impactos fiscais.
► Dólar: apontou volatilidade marginal ao longo do dia, mas segue para fechar em ligeira baixa, acompanhando o viés observado perante algumas emergentes exterior. Contudo, as preocupações de âmbito fiscal impediram uma desvalorização mais firme da divisa americana.
► Juros: fecharam em alta nos vértices médios (entre julho/21 e abril/23) refletindo as incertezas com o quadro fiscal, nos prazos mais longos o viés foi de ligeira baixa acompanhando o dólar e ajuste técnico, após a alta acentuada de ontem.
► Ibovespa: fechou em queda, após oscilar no início do pregão, pois acabou prevalecendo mau humor dos agentes com as questões fiscais. Perdeu o patamar de 94 mil pts, com destaque negativo para ações do setor financeiro, varejistas e Petrobras, que reverteu o movimento de alta, sucumbindo a queda do petróleo.
Confira no anexo a pintegra do relatório a respeito, elaborado por ROGER MARÇAL, Gerente, LUIZ CLAUDIO LIBERATI e ADRIANA S. LIMA,
do BB DIMEF Cenários Financeiros