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Investimentos

11 de Novembro de 2020 as 00:11:32



MAGAZINE LUIZA Resultado no 3º Trimestre/2020: POSITIVO


Magazine Luiza - Resultado no 3º Trimestre/2020 e Revisão de Preço
 
Positivo; destaque para o expressivo crescimento de vendas
 
O resultado referente ao 3T20 da Magazine Luiza foi positivo, em nossa opinião. A companhia foi capaz de manter um expressivo crescimento de vendas no canal online, mesmo diante da reabertura do comércio físico. Além disso, as vendas nas lojas físicas também surpreenderam positivamente, de forma que todos os canais de vendas contribuíram para o resultado apresentado nesse trimestre.
 
Desempenho das Ações.
 
Os papéis de MGLU3 são um dos poucos do setor varejista que vem apresentando um desempenho espetacular ao longo de 2020. Favorecida pela força do seu ecossistema de vendas e robusto desempenho econômico-financeiro, desde o início do ano os papéis têm descolado da performance do Ibovespa e apresentado variações muito superiores ao índice, como se a pandemia tivesse apenas passado pela porta da frente, sem grandes interferências em seus negócios.
 
Diante desse cenário, e após revisarmos nosso preço-alvo para o final de 2021 para R$ 34,70, mantemos nossa recomendação de Compra
 
Desempenho econômico-financeiro.
 
As vendas totais (GMV, na sigla em inglês) atingiram R$ 12,3 bilhões neste trimestre, favorecidas pelo forte crescimento do canal online, tanto 1P (+149,5% a/a) quanto 3P (+145,4% a/a), e também pelo bem-vindo crescimento de 18,3% a/a das vendas pelo canal físico, com vendas mesmas lojas vindo em 7,2%. Com isso, a receita líquida cresceu 70,8% a/a, o que surpreendeu nossas expectativas para o trimestre (+7,9% r/e).
 
A margem bruta, por sua vez, veio em 26,2% (-3,1 p.p. a/a e -0,3 p.p. r/e), em função da maior participação das vendas pelo canal 1P sobre o total vendido ante o mesmo período do ano anterior. Já a margem EBITDA Ajustada manteve-se praticamente estável na comparação anual, em 6,6%, mas superior às nossas estimativas em 1,6 p.p., em função da maior diluição de despesas com vendas, bem como de um resultado de equivalência patrimonial mais favorável do que o esperado.
 
Por fim, a margem líquida atingiu 2,5%, 2,4 p.p. inferior a/a dada a contabilização de receitas financeiras não recorrentes no resultado financeiro do 3T19, bem como uma alíquota efetiva menor em função do benefício da distribuição de juros sobre capital próprio naquele período. Apesar de inferior na comparação anual, a margem líquida veio acima de nossas expectativas em 0,9 p.p. em função de um menor impacto do resultado financeiro como percentual da receita líquida.
 
No que se refere à alavancagem financeira da companhia, observamos uma situação de caixa líquido em R$ 1,2 bilhão, ante R$ 685 milhões no 3T19. Com isso, a Magazine Luiza se mantém em uma posição confortável para seguir realizando investimentos necessários para implementar seu planejamento estratégico.
 
Revisão de Preço
 
Ao final de 2019, o Magazine Luiza destacou cinco drivers (direcionadores) estratégicos que seriam seu foco de atuação no decorrer de 2020, com vistas a desenvolver ainda mais a qualidade de sua plataforma digital e melhorar a experiência de todos os envolvidos na cadeia, sejam eles os sellers (vendedores cadastrados em seu marketplace) ou consumidores: 
 
(i)   crescimento exponencial (3P), 
(ii)  novas categorias, 
(iii) super app,
(v)  entrega mais rápida e 
(v)  MaaS (Magalu as a Service).
 
No decorrer dos nove primeiros meses do ano, observamos avanços relevantes em cada uma dessas estratégias, muito impulsionados pelo incremento das vendas digitais em função do Covid-19: 
 
(i)  inclusãode 25 mil novos sellers à plataforma de marketplace, totalizando 40 mil sellers ao final do 9M20; 
(ii) aumento das vendas na categoria de mercado, que se tornou categoria líder no e-commerce da empresa em quantidade de itens vendidos, com a gradual maturação do Ship From Store auxiliando na entrega rápida dessa categorias aos consumidores; e 
(iii) lançamento de uma campanha agressiva de cashbackno mês de julho, favorecendo a evolução de contas digitais abertas e gerando aumento de frequência na recompra.
 
Dentre os diversos avanços observados na estratégia da companhia, o foco no aprimoramento do MaaS, com a aquisição de diversas companhias agregando serviços à sua plataforma e logística, é o que  merece mais destaque. Ao final do mês de julho, a companhia anunciou a aquisição da Hubsales, entrando no segmento Factory to Consumer (F2C) e integrando produtores de diversos polos industriais, seguida pelo anúncio da aquisição do site de conteúdo de tecnologia Canaltech e da plataforma Inloco Media, que marcaram a estreia da companhia em publicidade online.
 
Em seguida, divulgou a aquisição da Stoq, responsável pelo desenvolvimento de sistemas de pontos de vendas no modelo SaaS (software as a service), e da Aiqfome, plataforma de food delivery brasileira.
 
No início de outubro, a companhia comunicou ao mercado a aquisição da GFL e da Sinclog. A primeira, é uma plataforma de logística focada no e-commerce que veio reforçar a expansão da Logbee, enquanto a segunda é uma plataforma de tecnologia usada pela GFL.
 
Por fim, até o momento de publicação deste relatório, a companhia ainda divulgou a aquisição da ComSchool Soluções, responsável por oferecer cursos nas áreas de Marketing Digital, e-commerce, redes sociais e comportamentos na era digital.
 
Essas recentes aquisições, bem como os progressos observados nos demais drivers estratégicos elegidos pela companhia, vem contribuindo para que esta siga negociando com um prêmio sobre os seus pares de mercado.
 
Com efeito, apesar de esses avanços pressionarem mais as margens no curto prazo, nossa visão é a de que a Magazine Luiza vem realizando os investimentos necessários para pavimentar o sucesso de seus resultados ao longo dos próximos anos, o que nos traz bastante confiança em sua tese de investimentos.
 
Diante do exposto e após incorporarmos os resultados do 9M20, o recente desdobramento das ações e revisarmos nossas estimativas de crescimento do GMV e margens para 2020 e próximos anos, alteramos nosso preço-alvo 21E para R$ 34,70 (ante R$ 18,38), com manutenção da recomendação de Compra.
 
Dentre as alterações em nossas estimativas, destacamos: 
 
(i)  incremento das vendas nos anos de 2021 e 2022, em decorrência da aceleração do e-commerce e do consistente ganho de participação de mercado da Magazine Luiza em função dos diversos investimentos ora em andamento; 
(ii)  margem bruta de 2020 menor devido à aceleração das vendas no canal 1P (online próprio), que conta com margens inferiores às observadas em lojas físicas; e 
(iii)  melhoria de margem EBITDA ajustada em 2021 e 2022, acompanhando melhoria da margem bruta e maior alavancagem operacional.
 
Tese de Investimentos.
 
A tese de investimentos da Magazine Luiza está baseada 
 
(ii) na capacidade da companhia em combinar crescimento elevado a margens saudáveis; 
(ii)  no desenvolvimento de uma estrutura logística omnicanal, integrando as lojas físicas e as vendas online de forma a reduzir custos e elevar o nível de serviço; e
(iii)  investimentos para aproveitar todas as oportunidades do e-commerce, com incremento de sortimento de produtos, desenvolvimento de super app e meios de pagamento e incremento de serviços aos vendedores cadastrados em seu marketplace.
 
Riscos. 
 
Os riscos existentes na tese de investimentos da Magazine Luiza são: 
 
(i) resultado dos investimentos em aquisição de cliente e no desenvolvimento da omnicanalidade inferior ao esperado; 
(ii)  incapacidade de atrair e reter os melhores sellers na sua plataforma de marketplace; 
(iii) incapacidade de escalar e rentabilizar a solução financeira oferecida aos seus clientes (Magalu pay); e 
(iv)  incremento das provisões com devedores duvidosos acima do esperado.
 
ESG. 
 
Assumimos o compromisso de integrar aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa (“ESG”, na sigla em inglês) nas análises das empresas de nosso universo de cobertura, a fim de atender ao interesse cada vez maior dos investidores nesse assunto. Para mais informações, acesso nosso relatório Seleção BB ESG.
 
O rating ESG da Magazine Luiza, atribuído pela Refinitiv, é C (D+ no pilar ambiental, C+ no pilar social e C no pilar Governança), sem quaisquer apontamentos de controvérsias. Essa pontuação tem como base o Relato Integrado 2017.
 
No aspecto ambiental, destacamos que a companhia vem trabalhando em uma estratégia de sustentabilidade mais sólida. Nesse sentido, realizou seu primeiro inventário formal de emissões de gases causadores do efeito estufa, apesar de ainda não auditados ou revisados por entidades independentes.
 
Vale mencionar também que a intenção da companhia é se tornar uma B Corp, certificação dada por uma organização para companhias que cumprem padrões verificáveis de desempenho social e ambiental, transparência pública e responsabilidade legal. Com o intuito de obter essa certificação, a Magazine Luiza realizou uma análise de geração de resíduos de toda a companhia, apesar de ainda não ter estabelecido metas visando à redução de resíduos na operação.
 
Já no aspecto social, a companhia tem atuando em diversos projetos sociais e culturais, dentre os quais destacamos o patrocínio ao Instituto Baccarelli desde 2012 e o projeto A-Cor-dar, cujo foco é desenvolver potencialidades em crianças e jovens sob condição de vulnerabilidade social, bem como promover o bemestar junto à comunidade idosa através de atividades esportivas.
 
Merece realce, ainda, os programas específicos focados na valorização da diversidade na companhia, como o de inclusão de pessoas com deficiência e de contratação de jovens aprendizes e trainees.
 
Em relação ao programa de trainees, a companhia divulgou recentemente um programa destinado apenas a candidatos negros, como forma de oferecer oportunidades em cargos de liderança à comunidade negra e, com isso, reduzir a desigualdade racial.
 
Quanto ao aspecto de governança corporativa, destacamos que o seu Conselho de Administração possui regimento interno próprio e é composto por sete membros, dos quais quatro são independentes e três são mulheres. Para apoiar a tomada de decisões, o Conselho de Administração conta com quatro Comitês de apoio: 
 
(i)  Comitê de Auditoria, Riscos e Compliance, o qual possui regimento interno mas não é estatutário; 
(ii)  Comitê de Finanças e Crédito ao Consumidor, com regimento interno próprio;  
(iii) Comitê de Pessoas e Cultura Organizacional, sem regimento interno próprio; e 
(iv)  Comitê de Estratégia, Negócio e Transformação Digital, também sem regimento interno próprio.
 
Tanto os membros do Conselho de Administração quanto dos Comitês passam por avaliações anuais de desempenho. A companhia conta ainda com um Conselho Fiscal permanente e uma Diretoria Executiva formada por um diretor presidente, um vice-presidente e dez diretorias, três das quais ocupadas por mulheres.
 
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por GEORGIA JORGE,
integrante do BB Investimentos

Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: Georgia Jorge, integrante do BB Investimentos





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