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Investimentos

28 de Outubro de 2020 as 15:10:53



SANTANDER - Resultado no 3º trimestre/2020 - Resultado Robusto


SANTANDER BRASIL - Resultado no 3T20

Dando um olé na crise

O Banco Santander Brasil inaugurou a temporada de balanços dos bancos no terceiro trimestre com um resultado bastante robusto, favorecido pela menor despesa com provisões, ditando o tom do que deve ser uma safra que vem para atestar a resiliência dos bancos brasileiros, que saem (em geral) fortalecidos após a crise. Apesar de pontos de atenção, encontramos predominantemente sinalizações positivas.

Um dos destaques positivos, em nossa visão, foi o crescimento da carteira de crédito no trimestre, com contribuição tanto da PF quanto da PJ. Outro destaque positivo ficou por conta da menor despesa com PDD ante o 2T20, que contou apenas com uma provisão extraordinária, o que de fato sinaliza que o colchão de liquidez constituído ao longo da crise se mostra, ao menos para o momento, suficiente para absorver as perdas projetadas de inadimplência futura.

Falando em inadimplência, a queda do indicador no comparativo trimestral não é necessariamente uma boa notícia, pois segue sendo resultado da dinâmica de prorrogações e repactuações por conta da pandemia, em um movimento adotado pela maioria dos bancos que não foi diferente com o Santander. 

De fato, a real inadimplência oriunda da crise será conhecida nos próximos trimestres, quando tais prorrogações expirarem, e o consenso é de que ela deve se elevar. No resultado do Santander, vimos esse movimento no indicador de inadimplência de curto prazo (operações em atraso entre 15 a 90 dias), que se elevou, diferentemente do indicador geral (acima de 90 dias), confirmando a suspeita de calotes pela frente.

A queda da margem financeira (NII) foi o grande destaque negativo do resultado, mostrando contração no comparativo trimestral (-8,7%), apesar do crescimento da carteira de crédito, penalizado pelo mix menos favorável de linhas de crédito, e ambiente de juros estruturalmente mais baixos.

Por outro lado, a receita de tarifas e serviços, uma linha indicativa da reabertura da economia, já que está intimamente ligada ao funcionamento das agências, mostrou forte recuperação ante o 2T20, já sendo inclusive maior do que o 3T19, e contribuiu de forma significativa para o resultado do banco.

Ao final da DRE, o Santander entregou lucro líquido de R$ 3,9 bilhões, representando um ROE ligeiramente acima do “cabalístico” índice de 20%, considerado o número a ser perseguido no mercado brasileiro.

Em congruência com o estabelecido pelo Banco Central para o ano da pandemia, que é o pagamento de proventos não maior do que o percentual mínimo obrigatório (25%), o braço brasileiro do banco espanhol anunciou Juros sobre Capital Próprio no valor de aproximadamente R$ 1 bilhão a seus acionistas.

Perspectivas para a companhia.

No geral, o resultado do Santander nos surpreendeu positivamente, mas, além dos números do 3T, estamos otimistas com o direcionamento que o banco tem adotado em termos estratégicos.

Apesar de acreditarmos que os resultados dos próximos trimestres possam ser menos pujantes por conta de uma inadimplência maior do que se espera, estruturalmente entendemos que o Santander vem fazendo um bom trabalho em termos de

(i)    manejo de mix de crédito, 
(ii)   diversificação de receitas de serviços, 
(iii)  posicionamento e expansão de suas marcas digitais, e
(iv)  até mesmo com relação à sua presença geográfica, tudo ainda respaldado por um dos melhores conjuntos de políticas de ESG do mercado brasileiro e global.
 
Comportamento das ações. 

Em outubro até o dia 27, as units do Santander lideraram a alta do setor financeiro, com performance superior a 20%, movimento explicado pela gradual melhora na percepção de um resultado mais robusto, catalisado pela divulgação em meados do mês do Relatório de Estabilidade Financeira do Bacen, que revelou um ambiente bancário menos suscetível a stress crítico do que na edição anterior do documento, em abril. Esta alta foi capturada pela nossa Carteira Fundamentalista mensal, com o ingresso de SANB11 na virada do mês.

Além disso, em nossa visão, a ações dos bancos em geral estão demasiadamente descontadas, o que deu uma motivação adicional para a valorização observada neste mês, um movimento que deve continuar.

Atualização de preço.

Aproveitamos a ocasião dos resultados do 3T para atualizar nosso valuation (tabelas a partir da pág. 3) e apresentamos nosso novo preço-alvo para dezembro de 2021 em R$ 44,00 para SANB11 e a recomendação de Compra, oriunda de um potencial de valorização de 33% sobre o preço de fechamento desta data.

Nosso valuation deriva de um modelo de desconto de dividendos de Gordon com 2 etapas: modelagem explícita (5 anos – fase 1), crescimento percentual (5 anos – fase 2) e crescimento na perpetuidade. Utilizamos como premissas um custo de capital próprio (ke) de 13,7% e uma taxa de crescimento na perpetuidade (g) de 5%.

Confira no anexo a pintegra do relatório a respeito do desempenho do SANTANDER no 3º trimestre/2020, elaborado por RAFAEL REIS, do BB Investimentos


Clique aqui para acessar o aquivo PDF

Fonte: RAFAEL REIS, do BB Investimentos





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