ITAÚ UNIBANCO - 4º Trimestre de 2020
Retornando ao “velho normal”
O Itaú Unibanco inaugurou a safra de balanços dos bancos relativa ao 4T20 com um resultado que consideramos positivo, entregando um lucro líquido de R$ 5,4 bilhões, equivalente a um ROAE de 14,9%.
Mais importante do que o número em si foi a solidificação da tendência de que o período mais crítico da crise para o setor parece ter ficado para trás, e a sinalização de que, embora as preocupações para 2021 existam e não sejam poucas, existe de fato algum espaço para uma retomada de patamares de rentabilidade a níveis prépandemia.
Um dos destaques positivos ficou por conta do crescimento da carteira de crédito (+2,7% t/t e 20,3% a/a) impulsionada principalmente pelo segmento de Pessoas Físicas. Este crescimento contribuiu para compensar a margem financeira que, embora tenha crescido 3,9% no trimestre, declinou 9,5% a/a por conta do mix de crédito mais conservador adotado ao longo de 2020 com o advento da crise.
Inadimplência
Outro destaque positivo foi a redução das despesas com provisões, que vieram 4,5% menores do que no 3T, o que dá força à tese de que estas já rumam a um nível de normalidade após a passagem do momento de maior incerteza com calotes por conta da crise. Isso denota espaço para que provisões constituídas nos trimestres mais críticos (1T20 e 2T20) possam ser consumidas com maior conforto, à medida que a inadimplência comece a escalar ao longo do 1S21, já esperado.
Ainda com relação à inadimplência, mesmo que tenha se elevado ligeiramente (de 2,2% no 3T para 2,3% no 4T), não chega a assustar, embora uma luz amarela tenha sido acesa nos segmentos PJ Micro e Pequena empresa, setores mais suscetíveis à crise, cujos calotes escalaram por conta do fim das prorrogações e menor oferta de linhas incentivadas pelo governo para o enfrentamento da pandemia. É neste ponto e nas receitas de serviços onde residem os fatores de maior incerteza para 2021, pois ambos estão intimamente ligados ao andamento da vacinação e a eventuais lockdowns, com o primeiro impondo desafios às empresas dependentes de funcionamento físico, e o segundo se beneficiando da abertura das agências do banco em sua plenitude.
Guidance.
Após 10 meses de interrupção de projeções por conta da pandemia, o Itaú divulgou seu Guidance para 2021, trazendo como destaques: crescimento da carteira entre 5,5% e 9,5%; receita de prestação de serviços entre 2,5% e 6,5% e despesas não decorrentes de juros entre -2% e 2%.
Proventos.
Sobre o lucro líquido apresentado, o Itaú anunciou nesta data o pagamento de JCP de R$ 0,1394/ação, equivalente a 25% de payout, de acordo com a política de distribuição por conta do atual nível de capital regulatório, atualmente abaixo da meta instaurada pelo banco em 2017 de 13,5%.
Além disso, fixou para 12.03 a data do pagamento deste, com a data-base para o direito ao recebimento os acionistas na base acionária em 25.02.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por RAFAEL REIS, integrante do BB Investimentos
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