ALUPAR - Resultado no 4º Trimestr/2020 - Revisão do Preço-Alvo
Início operacional de novos projetos e IGP-M trazem bons resultados
A Alupar apresentou seus resultados do 4T20 e de 2020, com incremento robusto de receita e geração de caixa operacional após a entrada em operação de dois grandes projetos de Transmissão, em outubro de 2020.
Na contabilidade societária (IFRS), os números ainda foram positivamente impactados pelo IGP-M acumulado nos períodos, e que também impactarão os resultados na contabilidade regulatória e a geração de caixa da companhia a partir de julho de 2021, quando ocorrer o reajuste anual das RAPs das transmissoras pela inflação. Neste relatório, analisamos os números na contabilidade regulatória.
Aproveitamos para atualizar nossa avaliação da companhia, incorporando os resultados divulgados e as premissas macroeconômicas atualizadas, com destaque para a projeção do IGP-M que atualiza anualmente grande parte de sua receita de Transmissão.
Assim, estipulamos nosso preço alvo para as units ALUP11 para o final de 2021 em R$ 31,80 (de R$ 28,00 anteriormente) e reafirmamos a recomendação de Compra, devido ao atraente potencial de retorno de 31,8% estimado até o fim do ano.
A administração da companhia propôs a distribuição de dividendos no montante de R$ 246 milhões, ou R$ 0,84 por unit, equivalentes a 3,4% de retorno sobre a cotação de fechamento de ontem. A data de corte para recebimento desses proventos será 27 de abril (data da assembleia), passando as units a serem negociadas ex-dividendos a partir de 28 de abril. O pagamento será dividido em três datas: R$ 0,30 por unit em 31/05, R$ 0,30 por unit em 30/08 e R$ 0,24 por unit em 30/11.
Em 2020, a Alupar finalizou a construção de três novos projetos: a EDTE, em janeiro, a ETB e a TPE em outubro, que adicionaram receita anual consolidada (RAP) de aproximadamente R$ 450 milhões em conjunto. Dos 8 projetos licitados no Brasil nos últimos anos, dois haviam sido concluídos em 2019 (ETAP e ETC), esses três foram concluídos em 2020 (EDTE, ETB e TPE) e os demais (TCC, ESTE e TSM) devem ser concluídos até meados de 2022. Entre estes, destacamos a TCC que deve ser concluída nas próximas semanas e adicionará R$ 165 milhões de receita anual (RAP).
A companhia possui ainda um projeto em desenvolvimento na Colômbia (TCE), e agora retoma o projeto ELTE, que teve seu reequilíbrio econômico financeiro aprovado pela agência reguladora em dezembro.
Na contabilidade regulatória, a receita líquida no 4T20 somou R$ 545,6 milhões, +22,5% t/t e +18,1% a/a, principalmente em função da entrada operacional dos dois projetos em outubro, assim como pelo reajuste anual dos contratos tanto das transmissoras quanto das geradoras.
No acumulado em 2020, a receita somou R$ 1.895,4 milhões, +6,9% a/a, majoritariamente influenciada pelo reajuste anual dos contratos pois a contribuição dos novos projetos só impactou os últimos dois meses e meio.
O EBITDA no 4T20 foi R$ 416,1 milhões, +21,9% t/t e +27,7% a/a, mostrando ganho de margem na comparação anual com bom controle de custos. Em 2020, o EBITDA somou R$ 1.438,1 milhões, +15,8% a/a, demonstrando também o ganho de margem com a manutenção dos custos recorrentes em bom patamar e redução significativa do custo com compra de energia em relação a 2019.
O lucro líquido, por sua vez, apresentou queda devido ao aumento da dívida para financiar a construção dos novos projetos em desenvolvimento, que acarretaram em maiores despesas financeiras, pelo impacto da variação cambial sobre o endividamento em moeda estrangeira relacionado aos ativos no exterior e pela atualização das pendências com GSF das PCHs Queluz e Lavrinas pelo IGP-M.
Assim, o lucro líquido atribuído à holding Alupar foi R$ 42,9 milhões no 4T20, -24,4% t/t e -50%,3 a/a, e somou R$ 222,4 milhões em 2020, -27,1% a/a.
Revisão de preço [das Ações]
Atualizamos nossa avaliação da companhia considerando o resultado reportado e as premissas atualizadas, e incluímos o projeto ELTE que teve seu reequilíbrio econômico aprovado pela agência reguladora no dia 15 de dezembro de 2020, com novo prazo para construção de 36 meses e receita anual (RAP) de R$ 57,5 milhões.
Assumimos para este projeto a entrada em operação em 2024 e o investimento de R$ 450 milhões entre 2021 e 2023.
Nossa avaliação é feita pelo do desconto dos fluxos livres de caixa para a firma, projetados até o fim de cada concessão, considerando o ativo imobilizado não depreciado ao final das concessões como valor terminal.
Nossas projeções se baseiam na contabilidade regulatória e na consolidação proporcional a participação que a holding Alupar detém em cada concessão. Seguem com as principais premissas e projeções do nosso modelo de avaliação. (vide anexo, das páginas 2 a 7)
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
RAFAEL DIAS, analista do BB INVESTIMENTOS