China suspende diálogo e cooperação com EUA em questões críticas
O governo chinês suspendeu, na manhã desta 6ª feira, 05.08, o diálogo e a cooperação com os EUA em questões críticas, tais como o dialogo entre suas forças militares, sobre a crise climática, após a visita desafiadora da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA a Taiwan.
O anúncio das contramedidas do governo chinês, em retaliação à visita de Nancy Pelosi a Taiwan, ocorreu simultaneamente à realização, por Pequim, de exercícios militares em torno da ilha de Taiwan, desde 3ª feira, 02.08. Antes, o governo chinês já anunciara sanções contra Pelosi e membros de sua família.
A cooperação sino-americana interrompida envolve conversações climáticas, diálogo entre líderes militares chineses e norte-americanos, reuniões de trabalho dos ministérios de defesa chineses e norte-americanos e mecanismo de consulta sobre segurança militar aérea e marítima entre os dois países.
Em ambiente de grande tensão no estreito de Taiwan, exercícios militares chineses forçaram muitos navios comerciais a redirecionar viagens, ocasionando interrupções nas cadeias econômicas regionais e globais, pois, a cada dia, cerca de 240 navios comerciais cruzam as áreas marítimas próximas a Taiwan.
Como convém ao Império, o governo dos EUA, por sua vez, buscou displicentemente minimizar a ação desfiadora e belicista de Nancy Pelosi, condenando como "reação exagerada" o lançamento de mísseis balísticos da China ao redor de Taiwan, em exercícios de fogo de artilharia marítima.
O objetivo de Pelosi, em sua visita a Taiwan, foi nitidamente eleitoral, buscando alimentar o mito de imagem afirmativa do governo democrata, mesmo diante de tantos fracassos de Joe Biden e do burocrático secretário de Estado, Tony Blinken.
O movimento desafiador de Pelosi pode ser associado às amplas possibilidades de vitória do partido Republicano nas eleições americanas de meio de mandato, em novembro/2022, e à consequente obtenção da maioria republicana no Senado e na Câmara, além da inexorável perda do cargo de presidente da Câmara por Nancy Pelosi.