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Internacional

24 de Junho de 2022 as 02:39:58



RÚSSIA reduz a 40% o Fluxo de Gás à Europa pelo Nord-Stream 1. Alemães temem.


Gasoduto Nord-Stream I de gás russo à Alemanha
 
Rússia reduz fluxo de gás, alemães temem 'Momento Lehman Brothers'
 
Políticos tremem com a previsão de um aumento de 2.640 Euros ao ano na conta de aquecimento das famílias alemãs
 
Por David P. Goldman
24.06.2022
 
A Rússia reduziu o fluxo de gás através do gasoduto Nord Stream 1 para 40% da capacidade, provocando um alerta de um "Momento Lehman" no mercado europeu de energia – uma referência à falência de setembro/2008 que desencadeou uma crise financeira global.
 
A ação de 22 de junho da Rússia ocorreu dois dias depois que a Lituânia bloqueou as entregas ferroviárias de mercadorias sancionadas para o enclave do Mar Báltico da Rússia em Kaliningrado, citando sanções europeias sobre o transbordo de embarques russos de carvão, metais, eletrônicos, materiais de construção e outras mercadorias.
 
A Lituânia alega que não restringiu o envio de alimentos e medicamentos.
 
A perspectiva de um "Momento Lehman" para a Europa não é metafórica. Na semana passada, o maior fundo de hedge do mundo, Ray Dalio's Bridgewater Associates, dobrou sua posição curta em ações europeias para US$ 10,5 bilhões. O Índice de Gerentes de Compras da Markit para a Alemanha divulgado em 23 de junho mostrou uma forte contração em novas encomendas de manufatura, a um nível de índice de 42,2. (Um nível de 50 indica nenhuma alteração).
 
O preço do gás natural nos terminais da Holanda subiu para níveis não vistos desde o final de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Os preços futuros de eletricidade alemães subiram para o nível mais alto desde dezembro.
 
As consequências econômicas para a Alemanha serão terríveis no próximo inverno, a menos que os fluxos de gás retomem, alertou o ministro alemão da Energia, Robert Habeck, na 5ª feira, 23.06, comparando a situação energética com a crise de 2008.
 
O racionamento de gás reduziria profundamente a produção industrial alemã, alertou Habeck, e eventualmente reduziria o consumo das famílias.
 
Os serviços públicos europeus têm contratos de preço fixo para fornecer gás a consumidores industriais e famílias, explicou Habeck. Se seus custos subitamente saltarem por causa de uma severa escassez, uma cadeia de falências pode atingir o setor de energia em uma crise ao estilo Lehman.
 
Um cálculo do diário alemão de centro-direita Die Welt prevê um aumento na conta de aquecimento para uma família típica alemã em 2.640 Euros  (US$ 2.772) por ano em comparação com 2020.
 
"Isso será mais do que muitos alemães podem pagar",
 
escreveu o jornal, observando que "4,4% das famílias alemãs são classificadas como materialmente carentes e um terço das famílias têm reservas financeiras para apenas algumas semanas de consumo".
 
Não surpreende que a aparente retaliação da Rússia pelas sanções lituanas tenha atingido a Alemanha. Ministro das Relações Exteriores da Lituânia 22 de Junho disse que o bloqueio do transporte ferroviário russo caiu sob as sanções da Comunidade Europeia que entraram em vigor em 17 de junho, e que seu país havia agido em consulta à Comissão Europeia em Bruxelas.
 
A Rússia denunciou o bloqueio como uma violação dos acordos internacionais sobre o status de Kaliningrado.
 
Aparentemente, Moscou decidiu pisar no dedo do pé que poderia encontrar.
 
O apoio alemão à guerra da Ucrânia está instável. Pesquisas de opinião mostram que os alemães se dividiram uniformemente sobre a questão da possível adesão da Ucrânia à União Europeia, com 35% cada um apoiando e opondo-se a ela e o restante indeciso.
 
Moscou não apresentou objeção à adesão ucraniana à UE, que não tem papel militar. A antipatia alemã à adesão ucraniana decorre de uma aversão aos subsídios para os membros mais pobres da UE.
 
Mais membros do Partido Social Democrata do chanceler alemão Olaf Scholz se opõem ao envio de armas pesadas ao Reino Unidodo que apoiá-lo, de acordo com uma pesquisa de 28 de abril. No geral, os alemães estão divididos entre 45%e 45% sobre a questão, com 10% de indecisos. No início de abril, uma pesquisa idêntica encontrou 55% dos alemães a favor do envio de armas pesadas para a Ucrânia.
 
O aumento dos preços da energia e dos alimentos e a taxa de inflação anual de 7,9% explicam a diferença.
 
Apenas 23% dos alemães acreditam que uma vitória militar é possível contra a Rússia, de acordo com uma pesquisa de 07.062022, enquanto 70% acreditam que uma solução negociada será necessária.
 
Um inverno frio com dificuldades para milhões de famílias alemãs prejudicaria a já instável coalizão de Scholz. Em 15 de maio, seu partido sofreu sua pior derrota eleitoral desde 1947 em seu estado reduto de Rhein-Westphalia do Norte, cedendo a liderança do governo do estado aos democratas cristãos.
 
As eleições parlamentares do último domingo na França, entretanto, deixaram a coalizão do presidente Emmanuel Macron em minoria, após ganhos da Frente Nacional de Marine Le Pen e da aliança de esquerda de Jean-Luc Mélenchon. Tanto a direita quanto a esquerda francesa se opõem à guerra da Ucrânia.
 
O apoio político à guerra da Ucrânia e aos líderes europeus que fizeram causa comum com Kiev e Washington está se degradando rapidamente, e o agravamento das condições econômicas pode minar as posições de Scholz e Macron.
 
CONFIRA em ASIA TIMES a íntegra dessa matéria em inglês.
Clique AQUI


Fonte: ASIA TIMES. Tradução e Copidescagem da Redação JF





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