GOL - Resultado no 1º Trimestre/2022
Preservando a liquidez. Neutro
Renato Hallgren, CNPI
29.04.2022
A Gol apresentou o resultado do primeiro trimestre do ano, em nossa avaliação, neutro. Ainda que a demanda tenha demonstrado avanço significativo, o preço do combustível de aviação tem pressionado as margens da companhia frente a uma política tarifária inevitável e cada vez mais restritiva.
Com o avanço da guerra na Ucrânia a cotação do petróleo atingiu níveis recordes históricos, considerado o custo em moeda nacional. A estratégia da Gol tem sido aumentar o preço da tarifa e substituir sua frota com aeronaves mais eficientes.
O trimestre foi marcado pela recuperação na demanda (+46,5% a/a no RPK) e pelo ajuste de tarifas, fatores que resultaram em um faturamento superior ao período anterior à pandemia. O yield médio por passageiro cresceu 45,2% e registrou um recorde de R$ 36,77 no 1T22.
Com isso, o resultado operacional (EBIT) no 1T22 foi de R$ 77 milhões, contra um EBIT negativo de R$ 522 milhões no 1T21. Esse resultado operacional ainda é insuficiente para cobrir as despesa financeiras de R$ 609 milhões no trimestre.
Em função da valorização do Real frente ao Dólar, a Gol registrou ganhos com variação cambial de R$ 3,4 bilhões, o que contribuiu para o lucro líquido foi de R$ 2,6 bilhões.
Desconsiderando os resultados não recorrentes e de variação cambial a Gol registrou um prejuízo recorrente de R$ 690 milhões no primeiro trimestre de 2022.
A liquidez total, que inclui caixa e equivalentes de caixa, aplicações financeiras, depósitos e contas a receber foi de R$3,3 bilhões, queda de R$ 400 milhões em relação ao 4T21 em função do pagamento de financiamentos e investimentos de R$ 800 milhões e R$ 200 milhões, respectivamente.
Os preços dos combustíveis de aviação deverão permanecer elevados por mais alguns trimestres, até o mercado regularizar os níveis de oferta e demanda considerando, inclusive, a permanência do ambiente de guerra na Ucrânia.
A Gol deverá manter a politica de precificação de tarifas, preservação de liquidez e margem operacional, visando superar os desafios e pressões nos custos de combustível.
Mantemos nossa recomendação de compra e o preço alvo de R$ 33,00 para o final de 2022 para as ações da companhia.
CONFIRA no anexo a íntegra do relatório a respeito, preparado por
RENATO HALLGREN, CNPI, analista senior do BB Investimentos.