RAIA DROGASIL - Resultado no 1º Trimestre/2021
Positivo; receita favorecida por expansão e vendas mesmas lojas
O resultado referente ao 1T21 da Raia Drogasil foi positivo, em nossa opinião. Mesmo diante de uma forte base comparativa decorrente do movimento de estocagem observado em março/20, a companhia entregou crescimento de receita bruta combinado com margem operacional levemente inferior, na comparação anual, e com margem líquida favorecida pelo reconhecimento de créditos fiscais.
Desempenho das Ações.
Os papéis de RADL3 acumulam alta de 28,4% nos últimos 12 meses. Ao nosso ver, o desempenho positivo do papel reflete sua exposição a um setor de consumo não cíclico, menos afeto aos efeitos adversos do Covid-19, combinado com seus fundamentos e vantagens competitivas. No entanto, entendemos que o preço corrente do papel já reflete o que consideramos como preço justo, razão pela qual mantemos nossa recomendação Neutra e o preço-alvo de R$ 26,80 para a RADL3 para o final de 2021.
Desempenho econômico-financeiro.
A receita bruta cresceu 14,8% a/a, superior às nossas estimativas em 7,1%, alcançando R$ 6 bilhões no 1T21. Apesar da forte base comparativa decorrente, em especial, do movimento de antecipação de compras observado no mês de março/20, as vendas mesmas lojas (“Same store sales” na sigla em inglês) vieram em 8,6%, com crescimento de 4,6% em lojas maduras.
Vale observar que o crescimento de receita bruta também foi favorecido pela abertura líquida de 215 lojas nos últimos 12 meses, com foco especial em novas cidades fora do estado de São Paulo.
A margem bruta veio em 27,5%, 0,2 p.p. inferior a/a e r/e, como resultado da maior penetração do canal digital na receita (de 2,7% no 1T20 para 7,7% no 1T21). A margem EBITDA Ajustada acompanhou a queda de margem bruta e veio 0,1 p.p. inferior a/a e r/e, em decorrência dos investimentos de longo prazo na transformação digital e do desenvolvimento do marketplace e da plataforma de saúde, os quais foram parcialmente mitigados pela maior diluição das despesas com vendas como percentual da receita bruta (de 18,1% no 1T20 para 17,7% no 1T21).
Apesar da leve queda da margem EBITDA Ajustada, a margem líquida veio 0,4 p.p. superior a/a e +0,8 p.p. r/e, beneficiada, principalmente, pelo reconhecimento de créditos fiscais no valor de R$ 13,6 milhões. Excluído esse efeito, a margem líquida teria sido de 2,9%, 0,1 p.p. superior a/a.
Quanto ao endividamento da companhia, observamos que a dívida líquida totalizou R$ 945,5 milhões, o que corresponde a uma dívida líquida/EBITDA de 0,6x, praticamente em linha com o mesmo período do ano anterior (0,7x).
Por fim, no que se refere aos investimentos realizados no período, esses totalizaram R$ 147,7 milhões, o equivalente a 2,5% da receita bruta, ante 2,7% no 1T20.
Confira no anexo a íntegra do relatório a respeito, elaborado por
GEORGIA JORGE, analista senior do BB INVESTIMENTOS