Diário do Mercado na 6ª feira, 06.05.2016
Payroll e IPCA trouxeram volatilidade e incertezas
Ibovespa encerrou as negociações nesta quinta-feira "de lado”, 51.717 pts (+0,09%), acumulando na semana (e no mês) queda de 4,07%.
Em 2016, no entanto, o índice acumula alta de 19,31%. As ações que mais valorizaram-se na sessão foram: Gerdau, Smiles, Bradespar, Suzano e Petrobrás; enquanto pelo lado negativo: Lojas Americanas, Embraer, Braskem, BR Malls e Marfrig.
Em relação aos destaques de indicadores no dia, dados de inflação doméstica e de mercado de trabalho nos EUA despontaram.
Até o último dado disponível (04/05), os investidores estrangeiros retiraram R$ 174,657 milhões da Bovespa. No mês de maio, o saldo acumulado está negativo em R$ 401,641 milhões, e em 2016, o saldo de capital externo na bolsa está positivo em R$ 12,888 bilhões.
Na agenda doméstica, se sobressaiu a divulgação pelo IBGE do IPCA (indicador oficial brasileiro para a meta de inflação) do mês de abril, em +0,61%, vindo acima das estimativas de mercado, em +0,54%, acumulando agora +9,28% últimos 12 meses, ante +9,20 até março.
O número menos otimista, juntamente com a ata da reunião do Copom divulgada ontem - sinalizando ainda pouco espaço para afrouxamento da política monetária, reduziu as apostas para um eventual corte na taxa Selic na próxima reunião do Copom no próximo mês de junho, adicionando um ingrediente extra de incerteza, evidenciado pela elevação das taxas de juros futuras em toda a extensão da curva na sessão de negociação desta sexta-feira.
Dados mistos do mercado de emprego estadunidense – o Payroll (criação de vagas na economia), divulgados hoje, elevaram as incertezas quanto a um possível aumento da taxa de juros pelo Fed no curto prazo. Assim, com essa maior probabilidade de manutenção de uma política monetária mais branda, o dólar perdeu força no mercado global, não sendo diferente perante o real.
Contribuindo para tal oscilação, observamos também a ausência do Bacen nos leilões de swap cambial reverso, que já se estende desde o dia 03. Com isso, a divisa norte-americana rompeu em declínio o importante patamar de R$ 3,50 no intraday. Este nível ultimamente tem levado o Bacen à carga nos leilões, mas, acabou não acontecendo hoje. Os agentes estarão monitorando o posicionamento do órgão no início da próxima semana.
O CDS brasileiro de 5 anos (medida de risco do Brasil) encerrou em 342 pts, praticamente sem variação na semana, versus 340 pontos na sexta-feira passada (dia 29/abril).
Para a semana que inicia-se no subsequente dia 9, teremos agenda menos representativa internamente e nos EUA, dando espaço à China e Europa.
A princípio, logo serão divulgados dados acerca da balança comercial e da inflação chinesa, enquanto os indicadores de peso na Europa residirão na quinta-feira com a decisão sobre juros do BoE (Bank of England) e a produção industrial da zona do euro, ademais, na sexta-feira, a compilação de dados do relatório Economic and Financial Affairs, divulgado pela Comissão Européia.
Já no sábado, dia 14, a China voltará ao foco dos agentes, com números de vendas do varejo e produção industrial.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 06.05.2016, elaborado por RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analista de investimentos do BB INVESTIMENTOS
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