Diário de Mercado na 2ª feira, 28.11.2016
Hamilton Moreira Alves, CNPI-T
Wesley Bernabé, CNPI
Ibovespa abriu a semana dando continuidade a sua recuperação após a dissipação do “efeito Trump”.
O Ibovespa fechou aos 62.855 pts (+2,11%), variando -3,19% no mês, +45,00% no ano e +37,02% em 12 meses. O índice doméstico iniciou oscilante ao redor da estabilidade.
Contudo, após meio dia e meia, com a abertura dos negócios nas bolsas de Nova York, entrou em trajetória ascendente, descolando-se dos comportamentos negativos dos índices norte-americanos.
O avanço do minério de ferro, que levou os papéis da Vale a serem os destaques do dia novamente, além do setor de siderurgia e mineração, a alta do petróleo, que favoreceu as ações da Petrobras e uma melhor percepção sobre o setor financeiro, que fez subir as ações de bancos, foram as locomotivas do dia. A Bovespa apurou giro financeiro de cerca de R$6,454 bilhões, sendo R$ 6,110 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No último dado disponível, em 24 de novembro, houve saída líquida de capital externo da bolsa brasileira de R$89,657 milhões, levando o saldo negativo no mês a R$2,848 bilhões, com acumulado no ano indo a R$14,668 bilhões.
O índice brasileiro, assim como os de outras economias emergentes, desabou após confirmação da eleição de Donald John Trump para presidente dos EUA, este último dia 9 de novembro.
Entretanto, ao menos para o Brasil, a visão externa desfavorável vai se diluindo. E o mercado acionário doméstico vai refletindo esta percepção.
Após ter caído mais de 10% em novembro, o índice vem paulatinamente se recuperando e agora só denota baixa próxima de 3% no mês, faltando tão somente dois pregões para findar o mês. O avanço dos preços das commodities nos mercados internacionais vem dando suporte para os diversos papéis na bolsa brasileira, destacadamente, aqueles que também possuem maior liquidez.
Agenda Econômica
Na agenda econômica (pg.3 do relatório anexo), domesticamente, o resultado primário de outubro do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e da Eletrobras) registrou superávit de R$39,589 bilhões, sendo que havia tido déficit de R$11,530 bilhões em outubro do ano passado.
A repatriação de recursos apurada no mês, em torno de R$45 bilhões foi a principal responsável pelo número final. A meta estipulada para 2016 é de saldo negativo de R$163,9 bilhões.
No ano, o indicador apresenta agora déficit de R$45,912 bilhões e em 12 meses, 137,208 bilhões (2,23% do PIB). Já a dívida líquida do setor público (DLSP) em outubro subiu a 44,2% do PIB, ante 44,1% de setembro e 36,2% em dezembro de 2015.
Juros
No mercado de juros, as taxas de curtíssimo prazo encerraram de lado. Já do DI Abril/17 em diante foram progressivamente descendentes, derrubando a curva da estrutura a termo da taxa de juros a partir daí. A trajetória esteve vinculada também a movimentação do câmbio no mercado doméstico, que apresentou firme recuo hoje.
Câmbio
No mercado de câmbio (interbancário), o dólar comercial (interbancário) encerrou cotado a R$ 3,3860 (-0,62%), acumulando +6,11 no mês, -14,52% no ano e -11,57% em 12 meses. A divisa principiou em baixa e ficou oscilando ao redor do R$3,40 a maior parte do dia, chegando a ensaiar uma reação positiva no início da tarde.
Todavia, a partir das 15h, perdeu força de modo mais acentuado, até o fechamento, acompanhando o comportamento mais fraco da moeda norte-americana no mercado internacional. O CDS (Credit Default Swap) brasileiro de 5 anos (CBIN) cedeu 5 pts e terminou em 302 pts, versus 307 pts da sexta-feira (25).
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 28.11.2016, elaborado por Hamilton Moreira Alves, CNPI-T, e Wesley Bernabé, CNPI, ambos do BB Investimentos
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