Curvas de juros refletem prudência e debêntures seguem em alta de preço
Ao tempo em que o risco país pelo CDS Brasil interrompe um duradouro movimento de queda, as taxas longas do DI futuro continuam em patamares elevados, sustentando um acentuado diferencial com as taxas mais curtas.
O movimento acompanha não apenas o agravamento das tensões geopolíticas, mas também as preocupações com o cenário fiscal doméstico, levando os agentes a realizarem novas calibragens, notadamente entre os vencimentos médios da curva (entre out/2018 e jul/2021).
Neste ambiente, o mercado de renda fixa vem alternando altas e baixas nas curvas de juros, mas em variações líquidas de menor intensidade, refletindo um cenário de cautela.
Paralelamente, porém, as debêntures monitoradas continuam se favorecendo do contexto doméstico benigno, configurado pela divulgação dos primeiros dados econômicos positivos, relativos a atividade, emprego e inflação. Das 50 séries analisadas, 40 registraram alta de preço, em média conjunta de 0,7%, e nenhuma apresentou desvalorização.
Também por parte da análise gráfica, das 12 séries mais líquidas, o estudo identificou 10 papéis em tendência de alta, com destaque para CMDT23, que se valorizou mais que o esperado, e MRSL17, que formou um novo topo histórico – enquanto a maior parte das demais atingiu os seus valores calculados de resistência.
Estas linhas de resistência, no entanto, haviam sido dimensionadas no último estudo de modo mais prudente, levando em conta um potencial menor de valorização, em face do atual contexto de maior cuidado.
O seu atingimento, portanto, confirma o arrefecimento da força de alta e se alinha com os sinais de cautela emitidos pelas curvas de juros. Dessa forma, os mesmos alertas pontuados anteriormente ainda merecem atenção.
Confira no anexo a integra do relatório de análise do comportamento do mercado de Renda Fixa, elaborado por RENATO ODO, CNPI-P, Analista Sênior integrante da equipe do BB Investimento.