Diário do Mercado na 5ª feira, 30.11.2017
Ibovespa fecha na menor cotação dos últimos dez pregões
Resumo.
O Ibovespa repetiu a firme queda da véspera e fechou na menor cotação dentre os últimos dez pregões, aos 71.970 pts (-1,00%). Já os juros futuros e o dólar experimentaram relevante alta na sessão de hoje.
A despeito da diligência do governo em relação à agenda de reformas, o prazo exíguo e declarações pessimistas de congressistas fizeram crescer o ceticismo do mercado em relação à possibilidade de aprovação da reforma da previdência ainda em 2017.
No exterior, a maioria das bolsas europeias fechou em baixa, verificou-se também o prosseguimento da elevação da aversão ao risco, prejudicando a atratividade dos mercados emergentes.
Ademais, nos EUA, a declaração de apoio à reforma tributária do governo Trump feita pelo senador republicano McCain fortaleceu suas chances, corroborando com a piora de cenário para os emergentes.
Ibovespa.
O índice principiou a sessão descendente e aprofundou perdas a partir do início da tarde – a mínima intradiária foi atingida em seguida, aos 71.215 pts (-2,00%).
Os agentes interpretaram a firme queda em função da depreciação das chances de aprovação da reforma da previdência ainda em 2017, a despeito da diligência dos integrantes do governo.
O setor financeiro e a Vale tiveram queda firme, enquanto apenas sete papéis do índice valorizaram.
O Ibovespa encerrou aos 71.970 pts (-1,00%), acumulando -2,95% na semana, -3,15% no mês, +19,50% no ano e +16,26% em 12 meses. O volume preliminar da Bovespa foi de R$ 26,5 bilhões, sendo R$ 26 bilhões no mercado à vista, incluindo R$ 11,3 bilhões relativos à OPA (Oferta Pública de Aquisição) da CPFL Energia.
Capitais Externos na Bolsa. Na 3ª feira, 28.12, os investidores estrangeiros retiraram R$ 38,11 milhões da bolsa, aumentando o saldo negativo de novembro para R$ 2,393 bilhões. No ano, o saldo acumula ingresso líquido de capital estrangeiro em R$ 10,555 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, a média móvel trimestral da taxa de desemprego baixou a 12,2% até outubro, ante 12,4% na leitura até setembro – em linha com o consenso de 12,2%.
Nos EUA, o núcleo do PCE (A/A) – que é a inflação monitorada pelo Fed, permaneceu em 1,4% em setembro – que também era o consenso dos agentes. O dado do mês mostrou estabilidade em relação à setembro, variando +0,2% – em linha com o esperado pelo mercado. A renda pessoal teve elevação de +0,4% em outubro, contra +0,4% em setembro – sendo a projeção +0,3%. Já os gastos pessoais variaram +0,3% em outubro, ante +0,9% em setembro – em linha com o consenso de +0,3%.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) operou em alta durante toda a sessão, chegando a atingir a cotação de R$ 3,2880 em sua máxima faltando duas horas para o fim do pregão.
A divisa encerrou cotada a R$ 3,2700 (+1,02%), acumulando +1,27% na semana, -0,03% no mês, +0,55% no ano e -3,48% nos últimos 12 meses. O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos subiu a 171 pts, ante 169 da véspera.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular com alta na maior parte da estrutura da curva, com ajustes mais significativos no médio e longo prazos. Houve ligeira queda nas taxas de curto prazo. Mais uma vez, Treasuries e a diminuição de chances de aprovação da reforma pressionaram os juros mais longos.
Para a sexta-feira.
No Brasil: IPC-S, PIB, PMI Manufatura, CNI Confiança do Consumidor, Balança comercial, Total de exportações e Total de importação;
Nos EUA: PMI Manufatura, Manufaturados ISM e ISM-Preços pagos;
Zona do Euro: PMIs Manufatura de Alemanha, França e da região;
Reino Unido: PMI Manufatura.
Confira no anexo a íntegra do relatório, elaborado por Rafael Freda Reis, CNPI-P, e Ricardo Vieites, ambos do BB Investimentos