Diário do Mercado na 6ª feira, 22.03.2019
Ibovespa tem firme queda com piora de visões externa e interna
Comentário.
O dia foi de baixa generalizada, com aparente movimento de vendas de carteiras pelos investidores. As perdas dos índices das bolsas de Nova York contagiaram a piora interna do humor dos agentes, motivadas por maiores temores tanto sobre o crescimento norte-americano, como o global.
Todavia, o mercado acionário doméstico já vinha indicando elevação de apreensões sobre a reforma da previdência. As três baixas consecutivas nos pregões anteriores refletiram esta percepção, associada a realizações após o Ibovespa ter alcançado seu recorde histórico de pontuação, pouco acima dos 100 mil pts (mas, sem fechar acima desta pontuação) neste recente período.
Agora, o índice mostrou a segunda maior queda em um mesmo dia neste ano (maior: -3,7% em 6 de fevereiro). Neste instante, os investidores levaram em consideração declarações de membros do governo e de políticos, assimilando um risco maior que a proposta do governo para a reforma da previdência poderá ter um trâmite menos moderado do que antes era ponderado.
No Brasil, neste cenário, o dólar comercial terminou cotado a R$ 3,9010 (+2,66%), com elevação da aversão ao risco. A curva da estrutura a termo da taxa de juros acompanhou a tendência do câmbio e avançou coo um todo, com destaque para a ponta longa.
Ibovespa.
O índice principiou em firme declínio e manteve gradual tendência declinante ao longo de toda a sessão. A queda foi generalizada, entre as 65 ações, tão somente duas findaram positivas: Suzano ON (SUZB3: R$ 45,79; +1,19%) e Kroton ON (KROT3: R$ 10,87; +0,37%). A Petrobras PN (PETR4: R$27,00; -5,46%) encerrou na mínima do dia.
O Ibovespa fechou aos 93.735 pts (-3,10%), acumulando -5,45% na semana, -1,93% no mês, +6,65% no ano e +10,58% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 19,334 bilhões, sendo R$ 18,539 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 20 de março (último dado disponível), houve entrada líquida de capital estrangeiro de R$ 1,330 bilhão, com ingresso de R$ 3,787 bilhões em março. Assim, o saldo positivo no ano situa-se em R$ 2,693 bilhão.
Agenda Econômica.
No Brasil, a confiança industrial (CNI) recuou para 61,9 pts em fevereiro versus 64,7 pts em janeiro. Nos EUA, a prévia do PMI manufatura arrefeceu para 52,5 em março ante 53,0 de fevereiro (consenso em 53,5).
Na Europa, as prévias dos PMIs de março de Alemanha, França e zona do euro caíram para 44,7 (47,6 em fevereiro), 49,8 (51,5 em fevereiro) e 47,6 (49,3 em fevereiro), respectivamente (consensos em 48,0; 51,4; e 49,5).
Câmbio e CDS.
A dólar comercial (interbancário) avançou firmemente na sexta-feira, com a virada do humor doméstico. A divisa terminou cotada a R$ 3,9010 (+2,66%), acumulando variações de +2,12% na semana, +3,94% no mês, +0,67% no ano e +17,93% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil subiu a 177 pts ante 163 pts da véspera.
Juros.
A curva da estrutura a termo da taxa de juros subiu como um todo, voltando a patamares de duas semanas atrás, acompanhando o comportamento do dólar, com realce para os vencimentos mais longos.
Para a próxima semana
Brasil: IPC-S/FGV; Saldo em conta corrente; Investimento Estrangeiro Direto; Balança comercial semanal; Criação de empregos formais; IPC FIPE- Semanal; IPCA-15/IBGE; Confiança do Consumidor/FGV; Dados de crédito; IGP-M/FGV; Taxa de desemprego (PNAD); Resultados primário e nominal do setor público.
EUA: Construção de casas novas; Balança comercial; PIB; Consumo pessoal; Renda e Gastos pessoais; PCE – nucleo; Vendas de casas novas; Sentimento Univ. de Michigan.
França: PIB e IPC;
Alemanha: IPC; e
Reino Unido: PIB.
Confira no anexo a íntegra da relatório de análise do comportamento do mercado na 6ª feira, 22.03.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, integrante do BB Investimentos