LOJAS AMERICANAS - Resultado no 2º Trimestre/2020
impacto na plataforma física conforme esperado
O resultado referente ao 2T20 das Lojas Americanas foi neutro. Apesar da operação física (resultado da controladora) ter apresentado uma queda acentuada de receita com consequente perda de alavancagem operacional, essa queda veio em linha com nossas expectativas. Além disso, o resultado da operação digital foi mais do que o suficiente para entregar crescimento de receita em um trimestre bastante desafiador, o que demonstra, ao nosso ver, a resiliência do universo Americanas.
Dado o exposto, mantemos por ora nosso preço-alvo 20E em R$ 41,10, com manutenção da recomendação de Compra.
Desempenho Controladora.
Conforme destacamos acima, a operação física das Lojas Americanas foi prejudicada no trimestre por conta do fechamento das lojas localizadas em shopping centers. Com isso, a receita líquida sofreu uma queda de 23,1% a/a e atingiu R$ 2,3 bilhões, 1,2% superior r/e. Vale destacar aqui a performance das lojas localizadas em ruas, que entregaram um crescimento de vendas mesmas lojas de 5,8%.
Já a margem bruta atingiu 39,2%, um leve decréscimo de 0,2 p.p. a/a, devido à maior relevância de categorias com margens menores (limpeza, higiene, alimentos e bebidas), a qual esperávamos que fosse machucar a margem de forma mais intensa (+0,7 p.p. r/e).
O grande destaque do resultado ficou por conta da capacidade da companhia de entregar um acréscimo de 0,7 p.p. a/a de margem EBITDA Ajustada mesmo diante de uma queda forte da receita líquida. Esse resultado decorre do rígido controle das despesas pela companhia, em linha com o que já vínhamos observando nos trimestres anteriores.
Por fim, dado o aumento da D&A (+9,6% a/a), aliado a um acréscimo de outras despesas operacionais relacionadas ao Covid-19 (preservação da saúde de clientes e provisões para perda de estoque), a margem líquida veio em -0,3%, uma queda de 4,1 p.p. a/a e 0,2 p.p. inferior às nossas expectativas.
Desempenho Consolidado.
O Universo Americanas entregou um GMV total de R$ 9 bilhões (+24,8% a/a), puxado pelas vendas do canal digital, que passaram a representar 72,3% do GMV total (ante 53,3% no 2T19). Dada a menor participação das vendas da plataforma física no GMV total, bem como o aumento da participação das vendas do marketplace, a receita líquida atingiu R$ 4,7 milhões, +5,5% a/a e +5,7% r/e.
A maior participação da receita proveniente do canal digital levou a uma pressão adicional na margem bruta consolidada, levado a uma queda de 2,2 p.p. a/a (-1,1 p.p. r/e).
Além disso, o incremento das despesas de marketing e custos extras associados à plataforma digital, bem como o aumento das contratações na Ame, levaram a uma queda de margem EBITDA Ajustada a despeito da redução das despesas na plataforma física. Com isso, a margem EBITDA Ajustada atingiu 15,9%, -2,9 p.p. a/a e -0,4 p.p. r/e.
A margem líquida, por sua vez, atingiu -0,2% neste trimestre (-0,1 p.p. r/e), com a perda da alavancagem operacional sendo parcialmente compensada por um resultado financeiro líquido mais favorável. Vale ressaltar ainda, que a dívida líquida do Universo Americanas atingiu R$ 3,7 bilhões neste trimestre, um decréscimo de 31,6% a/a, com redução da relação Dívida Líquida/EBITDA ajustado de 1,7x para 1,0x. essa queda foi resultado do aumento de capital na B2W Digital, aliado à geração de caixa das operações.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do desempenho das LOJAS AMERICANAS no 2º semestre/2020, elaborado por GEORGIA JORGE, analista senior do BB Investimentos
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