Papéis acima do índice, com KLABIN disparando no final
Em novembro, os papéis das produtoras de papel e celulose se descolaram positivamente do Ibovespa na primeira quinzena. Na sequência, Fibria e Suzano acabaram recuando, enquanto Klabin disparou e encerrou o período com uma valorização de 14,8%.
Acreditamos que a desvalorização cambial foi o principal motivo para esse descolamento, após a moeda brasileira ter alcançado a máxima de R$ 2,62 no dia 14, cotação que não era alcançada desde dezembro de 2008.
A Klabin foi beneficiada pela divulgação das perspectivas mais otimistas da ABPO para 2015, após o vice-presidente da associação afirmar que espera um aumento de 2,5% nas vendas de papelão ondulado em relação à 2014. Entretanto, a projeção para este ano, que era de crescimento de 2,0% nas expedições, deve ficar agora em linha com o PIB (+0,2%).
Segundo os dados da PPPC (Pulp and Paper Products Council), apesar da queda nos embarques de celulose em outubro em relação ao mês anterior, os estoques se mantiveram estáveis, tanto em fibra curta, como em fibra longa.
Isso pode ajudar as produtoras a implementar os aumentos anunciados de US$ 20/ton nos preços, o que favorecerá seus resultados no último trimestre do ano, tendo em vista que não há novas capacidades entrando no mercado no curtíssimo prazo.
Paralelamente, os dados da Secex mostraram que a quantidade de celulose exportada em outubro apresentou alta de 20,1% M/M e de 19,4% A/A. No acumulado do ano, o Brasil exportou 9,15 milhões de toneladas, versus 8,21 milhões no mesmo período de 2013.
Perspectivas
Em reunião com analistas e investidores, a Suzano afirmou que os fechamentos recentes de capacidades deixaram os fundamentos favoráveis para os produtores de celulose e que, além do reajuste anunciado em outubro, a companhia estuda novos aumentos para 2015.
A entrada de novas ofertas, como a da CMPC Guaíba, por exemplo, só deve fazer efeito no mercado em meados do segundo semestre.
Já o mercado de papel segue um pouco mais fraco em virtude da desaceleração do mercado doméstico, principalmente no segmento de Imprimir e Escrever. Segundo os dados do Ibá (Indústria Brasileiras de Árvores – antiga Bracelpa), no acumulado do ano até outubro as vendas domésticas de papéis registraram leve alta de 0,2%.
Confira no anexo a íntegra do Relatório de análise do desempenho do setor de papel e celulose na BOVESPA, assinado por VICTOR PENNA, analista de investimentos do BB INVESTIMENTO
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