Kerry se diz preocupado com aumento de arsenal nuclear russo
Em aparição surpresa, norte-americano comentou anúncio de Moscou sobre a incorporação de 40 mísseis intercontinentais ao seu arsenal. Reunido com homólogo finlandês, Pútin havia criticado sistema de defesa antimísseis planejado pela Otan e sugerido que Rússia deve “apontar forças aos territórios de onde vem a ameaça”.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, expressou, em 16.06, preocupação com a informação de que este ano Moscou irá incorporar mais de 40 mísseis intercontinentais ao seu arsenal nuclear, em resposta aos planos norte-americanos de implantar armamento pesado no Leste Europeu.
“É claro que me importo”,
disse Kerry, em uma aparição surpresa na coletiva de imprensa diária do porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby.
“Temos um acordo [referindo-se ao tratado de redução de armas nucleares Start]. Estamos tentando nos mover na direção oposta [à Rússia]”,
disse Kerry, direto de sua casa em Boston. O secretário de Estado dos EUA saiu recentemente de uma operação, após quebrar o fêmur em um acidente de bicicleta na Suíça.
O depoimento de Kerry veio na esteira das declarações feitas pelo presidente russo Vladímir Pútin sobre a intenção da Rússia de acrescentar
“mais de 40 novos mísseis intercontinentais de última geração, capazes de superar qualquer sistema de defesa antimísseis”.
Ainda nessa 3ª feira, Pútin participou de uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente finlandês Sauli Niinistö, com quem manteve conversações na residência presidencial nos arredores de Moscou.
“Seremos forçados a apontar nossas forças armadas (...) a esses territórios de onde vem a ameaça”,
disse Pútin aos jornalistas presentes. O presidente russo reiterou que o país estava especialmente preocupado com o projeto da Otan para construir um sistema de defesa antimísseis na Europa.
“É a Otan que está se movendo em direção a nossa fronteira e não estamos indo a lugar algum”,
disse Pútin, acrescentando que, para garantir sua segurança, a Finlândia deveria permanecer neutra.
Questionado sobre a crise na Ucrânia, Pútin afirmou que a Rússia tem a intenção de reaver os US$ 3 bilhões emprestados a Kiev como resgaste econômico ainda na época do ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovitch.
“Temos o direito de exigir o reembolso antecipado desses fundos, mas não o fizemos devido à difícil situação da economia ucraniana”,
declarou o presidente russo. Segundo Pútin, a paz na Ucrânia depende fundamentalmente do respeito ao acordo de paz assinado em Minsk, qualificado por ele como “justo e equilibrado”.
fonte: http://br.rbth.com/politica/2015/06/17/kerry_se_diz_preocupado_com_possivel_ampliacao_de_arsenal_nuclear_ru_30701.html