BNDES antecipa cronograma de pagamentos ao Tesouro
Paulo Rebelo de Castro, presidente anterior do BNDES, alegava dificuldades impostas pelo Acordo da Basiléia -- que estabelece exigências de capital mínimo para que um banco opere -- para o pagamento de R$ 100 Bilhões ao Tesouro Nacional ainda neste ano. E solicitava como contrapartida a esse pagamento a autorização do Governo para emissão de letras imobiliárias e agrícolas pelo BNDES.
Com o objetivo de compatibilizar os pagamentos de empréstimos feitos junto ao Tesouro Nacional com as datas de vencimento mais relevantes dos títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal, o BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social anunciou nesta 4ª feira, 08.05, o cronograma de antecipação dos R$ 100 bilhões restantes a pagar à União.
De acordo com o BNDES, a medida foi acertada com o Ministério da Fazenda.
O BNDES lembrou que a primeira parcela do empréstimo, no valor de R$ 30 bilhões, foi paga em 29 de março passado.
Pelo novo cronograma, a segunda parcela, de igual valor, será paga na segunda quinzena de junho. Na primeira quinzena de agosto, serão devolvidos R$ 40 bilhões. Para a segunda quinzena do mesmo mês, está previsto o pagamento dos R$ 30 bilhões restantes.
NOTA DA REDAÇÃO JF
Paulo Rebelo de Castro, presidente anterior do BNDES, alegava dificuldades impostas pelo Acordo da Basiléia -- que estabelece exigências de capital mínimo para que um banco opere -- para o pagamento de R$ 100 Bilhões ao Tesouro Nacional ainda neste ano.
Em negociações com o Ministério da Fazenda, como contrapartida para manter o BNDES economicamente viável, Rebelo de Castro solicitava a autorização do Governo Federal para o BNDES doravante poder emitir letras imobiliárias e agrícolas, mecanismo alternativo de capitalização do Banco à injeção de capital pelo Tesouro.
Paulo Rebelo de Castro foi substituído por Diogo Nogueira, ex-ministro do Planejamento, sob a alegação de que Rebelo de Castro se desencompatibilizava do cargo para poder candidatar-se à Presidência da República.
Isso indica que o pleito do BNDES não será atendido e continuaremos a assistir o esvaziamento do BNDES pelo governo golpista de Michel Temer e sua caterva de processados pela Justiça, tal como pleiteiam os banqueiros dos bancos privados de investimento, em sua busca pelo domínio total do mercado financeiro, às taxas exorbitantes que a banca privada impõe há décadas ao setor produtivo e à população.