Sem materialidade, procuradores de Curitiba denunciam Lula por lavagem de dinheiro e, como sempre, não apresentam provas
A força-tarefa da Operação Lava Jato no Paraná apresentou denúncia por lavagem de dinheiro, contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta 2ª feira, 14.09.
Segundo os procuradores de Curitiba, houve dissimulações para ocultar a origem de R$ 4 milhões em doações da Odebrecht para o Instituto Lula entre dezembro de 2013 e março de 2014.
Teriam igualmente participação na suposta ocultação dos valores o ex-ministro Antonio Palocci, um dos delatores, e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Segundo os procuradores, Marcelo Odebrecht teria atendido pedido de Lula e Okamotto para que o valor fosse repassado de forma informal do instituto.
Defesa
O advogado Cristiano Zanin, representante do ex-presidente, declarou que a “Lava Jato mais uma vez recorre a acusações sem materialidade contra seus adversários” e que ilegalidade dos métodos utilizados na operação foi reconhecida pelo STF.
“A defesa do ex-presidente Lula foi surpreendida por mais uma denúncia feita pela Lava Jato de Curitiba sem qualquer materialidade e em clara prática de lawfare. A peça, também subscrita pelos procuradores que recentemente tiveram suas condutas em relação a Lula analisadas pelo CNMP [Conselho Nacional do Ministério Público] após 42 adiamentos — e foram beneficiados pela prescrição —, busca criminalizar 4 doações lícitas feitas pela empresa Odebrecht”,
afirmou Cristiano Zanin em nota.
O advogado Fernando Fernandes disse que Okamotto nunca tratou de propina com Palocci e Marcelo Odebrecht e que o presidente do instituto já foi absolvido das mesmas acusações.
“Paulo Okamotto jamais tratou de propina ou de ilegalidades com ninguém, e muito menos com Palocci, com Marcelo Odebrecht. Já foi absolvido em processo sobre doação ao Instituto Lula e teve parecer favorável antes disso da Procuradoria da República para o trancamento da ação em razão da Lei 9.394/91 assentar que o arquivo presidencial é patrimônio cultural brasileiro",
afirmou o advogado Fernandes.
Um pouco sobre os procuradores da lava jato
Eivados de convicções, sem prova alguma contra investigados, esses procuradores -- Deltan Dalagnol, em especial -- são suspeitos de estarem a serviço do Departamento de Justiça dos EUA, sob cujo patrocínio obtiveram acordo ilegal com a Petrobras que lhes garantiu um cheque em nome de Dalagnol no valor de US$ 682,5 milhões, hoje equivalentes a cerca de de R$ 3,6 bilhões, verba a ser pretensamente destinada a criação de uma fundação, ainda inexiste, que iria atuar no combate à corrupção. A negociata teve o beneplácido da juiza Gabriela Hardt, substituta Sergio Moro na 13ª vara da Justiça Federal de Curitiba, que determinou o sigilo absoluto do acordo.
Contudo, o assunto veio a público e, acionado por processo de responsabilidade do deputado Paulo Pimenta (PT), o acordo Petrobras-LavaJato foi vetado pelo STF por inconstitucionalidade.
A imprensa calou-se sobre a matéria e não se sabe a destinação final dos US$ 682,5 milhões. O valor ainda estaria depositado em uma conta do poder judiciário, no aguardo de sua destinação. Educação, combate à Covid-19 já foram as propostas de destino.