Home   |   Expediente   |   Publicidade   |   Cadastre-se   |   Fale Conosco             

Economia e Finanças

07 de Outubro de 2017 as 21:10:57



DÍVIDA PÚBLICA Cresce. Esgotou-se o Contingenciamento de Verbas, declara secretária da STN


Ana Paula Vescovi, da STN
 
 
Pressão sobre parlamentares: Ana Paula Vescovi, Secretária do Tesouro, declara a insuficiência do contingenciamento de verbas como meio para conter crescimento da dívida pública e pede aprovação da RP Reforma da Previdência. Mas professora Vilma Pinto, do IBRE-FGV, declara que também a RP não atenderá a esse objetivo. 
 
 
A queda da arrecadação nos últimos anos e o crescimento dos gastos obrigatórios levaram as contas públicas federais a um impasse. Os contingenciamentos (bloqueio de verbas para gastos não obrigatórios) são insuficientes para conter o déficit primário. Mesmo que o governo corte 100% dos gastos não obrigatórios, as contas públicas continuarão a registrar resultados negativos, acelerando a alta da dívida pública.
 
Nos 12 meses terminados em agosto, segundo os dados mais recentes do Tesouro Nacional, os gastos obrigatórios, que não podem ser cortados pela equipe econômica, equivaleram a 104,3% das receitas líquidas correntes.
 
Nessa situação, mesmo se o governo cortasse todos os gastos discricionários (não obrigatórios), o déficit primário perduraria porque a arrecadação é insuficiente para cobrir as despesas obrigatórias, como mínimos constitucionais com educação e saúde, pagamento do funcionalismo público e benefícios da Previdência Social.
 
A diferença entre a arrecadação e os gastos obrigatórios é compensada com o déficit primário, resultado negativo das contas do governo antes do pagamento dos juros da dívida pública. Na prática, o governo emite títulos, pegando recursos emprestados no mercado financeiro, para cobrir as despesas, comprometendo-se a devolver o dinheiro com juros daqui a alguns anos. Como o déficit primário se soma aos juros, a dívida pública cresce no médio e no longo prazo.
 
Em 2016, as despesas obrigatórias tinham fechado o ano valendo 101,3% da arrecadação líquida. Nos oito primeiros meses de 2017, a tendência não foi contida.
 
Resultado de imagem para secretaria do tesouro nacional Ana Paula Vescovi imagens
Ana Paula Vescovi e Henrique Meirelles
 
 
Secretária do Tesouro testemunha
 
De acordo com a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, os números mostram que o contingenciamento como ferramenta para o governo economizar recursos esgotou-se e que são necessárias reformas nos gastos obrigatórios.
 
“Esse é um problema que a sociedade tem de debater. Chegamos a um ponto em que não dá mais para conter o crescimento da dívida pública apenas contingenciando investimentos [obras públicas e compras de equipamentos] e demais gastos não obrigatórios. A gente precisa aprovar reformas estruturais, principalmente a reforma da Previdência, que consigam conter o crescimento dos gastos obrigatórios”,
 
advertiu a secretária do Tesouro no fim de setembro.
 
 
Problemas estruturais
 
A solução para o problema também poderia estar na retomada do crescimento da economia brasileira. Em tese, o aumento da produção e do consumo elevaria o pagamento de tributos e impulsionaria a arrecadação.
 
 
Reforma da Previdência não deterá crescimento da DP
 
atenderá No entanto, a professora Vilma Pinto, do Núcleo de Economia do Setor Público do IBRE-FGV Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, diz que a recuperação não é tão simples por causa de mudanças na estrutura da economia brasileira.
 
“A maior parte da arrecadação brasileira vem da indústria, mas o problema é que a economia do país está cada vez mais se tornando um país de serviços. Então, quando o PIB [Produto Interno Bruto] se recuperar, o setor de serviços, que não arrecada tanto, vai crescer mais que a indústria. Está havendo uma quebra estrutural entre o nível de receita e o nível de produto”,
 
explica.
 
Segundo Vilma, esse processo não vai permitir que a arrecadação aumente tanto como durante o crescimento econômico dos anos 2000. Para ela, o país não tem como escapar de mudanças nas leis que contenham o crescimento dos gastos obrigatórios, que continuarão a subir mesmo com o teto para o total dos gastos públicos.
 
“O governo fala mais da reforma da Previdência por causa do peso dos benefícios no Orçamento, mas as mudanças nas aposentadorias e pensões só surgem efeitos no médio prazo. Também são necessárias mudanças em outras despesas obrigatórias, como subsídios e subvenções, abono salarial e seguro-desemprego. O país não tem como escapar dessas questões”,
 
diz a professora.
 
 
Liberação
 
Por causa da frustração seguida de arrecadações, o governo tinha contingenciado R$ 44,9 bilhões de despesas não obrigatórias do Orçamento. Com a mudança da meta de déficit primário para R$ 159 bilhões, o governo liberou R$ 12,8 bilhões, reduzindo o total bloqueado para R$ 32,1 bilhões.  A liberação está sendo feita aos poucos, à medida que o dinheiro entra no caixa do governo.
 
Por causa do contingenciamento, diversos órgãos federais passam por dificuldades. As emissões de passaportes pela Polícia Federal ficaram suspensas por quase um mês, por exemplo. Já a Polícia Rodoviária Federal reduziu o patrulhamento e diversas universidades federais anunciaram que só tinham orçamento para se manterem até o fim de setembro.


Fonte: AGENCIA BRASIL





Indique a um amigo     Imprimir     Comentar notícia

>> Últimos comentários

NOTÍCIAS DA FRANQUEADORA E EMPRESAS DO SEGMENTO


  Outras notícias.
DÓLAR cai a R$ 3,20, o menor índice em 12 meses 05/08/2016
DÓLAR cai a R$ 3,20, o menor índice em 12 meses
 
VEÍCULOS - Produção de veículos cresce 4,7%, segundo a Anfavea 05/08/2016
VEÍCULOS - Produção de veículos cresce 4,7%, segundo a Anfavea
 
DÍVIDA DOS ESTADOS - Meirelles nega recuo em renegociação 05/08/2016
DÍVIDA DOS ESTADOS - Meirelles nega recuo em renegociação
 
IMÓVEIS COMERCIAIS perdem valor no eixo Rio-SP 05/08/2016
IMÓVEIS COMERCIAIS perdem valor no eixo Rio-SP
 
PETROBRAS cria diretoria para Estratégia, Organização e Gestão 05/08/2016
PETROBRAS cria diretoria para Estratégia, Organização e Gestão
 
e-SOCIAL Empregador doméstico tem até 6ª feira para pagar guia de julho 04/08/2016
e-SOCIAL Empregador doméstico tem até 6ª feira para pagar guia de julho
 
COMÉRCIO espera queda de 9,4% nas vendas para Dia dos Pais 03/08/2016
COMÉRCIO espera queda de 9,4% nas vendas para Dia dos Pais
 
ARGENTINA e BRASIL fecham acordos de facilitação de comércio 03/08/2016
ARGENTINA e BRASIL fecham acordos de facilitação de comércio
 
PETRÓLEO E GAS - Produção bate recorde, anuncia ANP 02/08/2016
PETRÓLEO E GAS - Produção bate recorde, anuncia ANP
 
COMÉRCIO - Venda de veículos novos cai 20,29% em julho, diz Fenabrave 02/08/2016
COMÉRCIO - Venda de veículos novos cai 20,29% em julho, diz Fenabrave
 
Escolha do Editor
Curtas & Palpites