Monitor Semanal das Eleições - Em 24.07.2018
“Centrão” se aproxima de acordo com Geraldo Alckmin
• Segundo notícias veiculadas pela grande mídia, membros do “centrão” comunicaram nos últimos dias a intenção de fechar apoio a Geraldo Alckmin. A confirmação oficial deve acontecer nessa semana.
• Qual o impacto do tempo de TV? Nas eleições passadas, candidatos com mais de 40% do tempo total de propaganda subiram entre 6-11 p.p. entre o início do horário eleitoral e a eleição. Coligações com parcela menor de tempo de TV não tiveram impacto estatisticamente significante nas pesquisas.
• Monitor de sinais de política econômica: em entrevista ao Valor, Geraldo Alckmin afirma que realizará o ajuste fiscal pelo lado da despesa, defende o fim do monopólio de refino da Petrobrás e a igualdade de regras entre setor público e privado na Previdência. Fernando Haddad afirma que a reforma da previdência não deve ser tabu, defende usar 10% das reservas internacionais para “obras prioritárias” e propões aumentar tributos para bancos com spreads elevados diminuir aqueles com spreads menores.
• Nas redes sociais, Geraldo Alckmin e, em menor magnitude, Marina Silva e Fernando Haddad perderam seguidores. Uma razão para isso pode ser o esforço do Twitter de excluir robôs e perfis inativos.
• Nos próximos dias os institutos Ideia Big Data e Paraná Pesquisas divulgarão pesquisas nacionais de intenções de voto para presidente. Também acontecerão as convenções do PRB, PSD e PTB.
Comentário Especial
Qual o impacto do tempo de TV sobre as pesquisas eleitorais? Buscamos estabelecer uma correlação simples entre o desempenho de um candidato durante o período de propaganda eleitoral e o seu tempo de exposição, usando como medida de desempenho a diferença em pontos percentuais entre as intenções de voto observadas na última pesquisa antes do primeiro turno e a última pesquisa antes do início do horário eleitoral medidas pela Datafolha, conforme gráfico no anexo.
Vemos que nas eleições passadas, candidatos com mais de 40% do tempo total de propaganda ganharam entre 6-11 p.p. em intenção de voto entre o início do horário eleitoral e a véspera das eleições.
Já para candidatos com parcela menor de tempo de TV, o impacto não foi estatisticamente significante.
Vale notar que esse foi o caso, por exemplo, da eleição de 1989, em que os candidatos com a maior parcela do tempo de TV (Ulysses Guimarães, PMDB com 28% do total e Aureliano Chaves, PFL com 20%) permaneceram em patamares baixos nas pesquisas.
Nesse ano, até o momento, apenas Geraldo Alckmin teria mais de 40% do tempo total de TV. Mais especificamente, com a confirmação do apoio dos partidos do centrão (PP/DEM/PR/PRB/SD) que tem sido noticiada pela mídia nos últimos dias, a coligação de Alckmin teria entre 46%-50% do tempo de TV, a depender da decisão do PSB entre apoiar Ciro Gomes ou ficar neutro na disputa, como na tabela abaixo.