Diário do Mercado na 3ª feira, 11.06.2019
Ibovespa avança firme com percepção de maior articulação política
Comentário.
O índice brasileiro mostrou consistente evolução no dia e descolou-se do comportamento negativo das bolsas de Nova York, em véspera de vencimento de índice futuro e de opções sobre o Ibovespa. Internamente, os agentes consideraram várias notícias favoráveis por conta de maior articulação política do governo.
Por conseguinte, passaram a elevar a probabilidade da aprovação da reforma da previdência - que é o tema central. A ratificação do crédito extra para o governo de R$ 249,9 bilhões por unanimidade na votação dos 450 parlamentares presentes na Câmara dos Deputados, após acordo com o próprio governo, foi interpretada como força e vontade política do Presidente da República, Jair Bolsonaro.
Também, foi vista favoravelmente a informação veiculada que o relatório sobre a reforma da previdência deverá ser apresentado na próxima 5ª feira, 13.06, na Comissão Especial.
Externamente, o mercado acionário em Wall Street até principiou positivo, mas, declarações adversas em relação à guerra comercial entre EUA e China reavivou temores, devolvendo os ganhos iniciais.
No Brasil, o dólar comercial baixou a R$ 3,8490 (-0,88%). A curva da estrutura a termo da taxa de juros recuou, principalmente, nos contratos de vencimentos mais longos.
Ibovespa.
O índice abriu em alta e logo buscou operar acima dos 98 mil pts, ascendendo mais do meio da tarde em diante até o fechamento. A Vale foi o grande destaque do dia (depois a CSN), com alta superior a 6%, impulsionada também pelo avanço do preço do minério de ferro em mais de 5% na China.
O Ibovespa fechou aos 98.960 pts (+1,53%), acumulando +1,16% na semana, +1,99% no mês, +12,60% no ano e +36,86% em 12 meses. O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 14,839 bilhões, sendo R$ 14,135 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 7 de junho (último dado disponível), a entrada líquida de capital estrangeiro foi de R$ 535,715 milhões da Bolsa, com saída líquida cedendo para -R$ 2,134 bilhões neste mês. Em 2019, o saldo negativo acumulado baixou para R$ 5,789 bilhões.
Câmbio e CDS.
A divisa norte-americana findou cotada em baixa frente ao real, que teve o maior ganho entre as principais moedas globais e emergentes, cedendo abaixo do patamar de R$ 3,85 - comportamento motivado pelo bom humor do mercado interno.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado a R$ 3,8490 (-0,88%), acumulando -0,72% na semana, -1,94% no mês, -0,67% no ano e +3,80% em 12 meses.
Risco País
O risco-país medido pelo CDS Brasil cedeu de 170 pts na véspera para 166 pts hoje.
Juros.
Os juros futuros encerraram a sessão regular em queda firme, num movimento conduzido pelo otimismo em relação ao cenário político doméstico e também pela baixa do dólar.
Em relação à sessão anterior, assim findaram: DI janeiro/2020 em 6,18% de 6,19%; DI janeiro/2021 em 6,17% de 6,22%; DI janeiro/2023 em 7,06% de 7,14%; DI janeiro/2025 em 7,59% de 7,74%; e DI janeiro/2027 em 7,95% de 8,14%.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IGP-M subiu +0,73% na primeira prévia de junho ante a alta de +0,58% do mesmo período no mês anterior. O índice passou a acumular variação de +4,32% no ano e de +6,44% em 12 meses.
Já o IPC-Fipe (inflação na cidade de São Paulo) avançou +0,01% na primeira quadrissemana de julho frente a queda de -0,02% registrada no final de maio. Os itens que contribuíram para a elevação: Habitação (+0,07% para +0,21%) e Despesas Pessoais (+0,84% para +1,15%).
Para a semana.
Brasil: Volume do setor de serviços; Vendas a varejo; IGP-10; Coleta de impostos e Criação de empregos formais.
EUA: Novos pedidos seguro-desemprego; Prod. industrial e Utilização da capacidade.
Alemanha e França: IPC.
Zona do Euro: Prod. Industrial.
Japão: Prod. industrial e Utilização da capacidade.
China: Prod. industrial.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 3ª feira, 11.06.2019, elaborado por HAMILTON ALVES, CNPI-T, do BB Investimentos