INFLAÇÃO - Relatório de Pesquisa
Inflação acelera no final do ano
A aceleração da inflação para o mês de novembro (0,51%) já era esperada e superou ligeiramente tanto a mediana das expectativas do mercado (0,47%) quanto nossas expectativas (0,43%). Com a alta registrada em novembro, a inflação acumulada em 12 meses avançou de 2,5% para 3,3%.
Apesar da alta expressiva, a inflação ainda está em um patamar bem abaixo da meta estabelecida pelo Conselho monetário Nacional (CMN) que, para 2019, foi fixada em 4,25%.
Expectativa para Selic.
A alta de novembro foi concentrada em alguns itens e não se trata de uma pressão por conta do aumento da demanda interna, ainda que o consumo das famílias venha crescendo em resposta à melhora das condições de crédito. Desta forma, mantemos a perspectiva de que o Banco Central promova um novo corte de 0,5 p.p. na reunião da próxima semana.
Alimentos e Bebidas puxam a alta.
O aumento observado na inflação de novembro se deu em especial por conta do grupo Despesas pessoais (1,24%), Alimentos e bebidas (0,72%), e Habitação (0,71%). Por conta do elevado peso do grupo Alimentos e bebidas (24,5%), seu impacto foi o mais relevante no IPCA, com 0,18 p.p., contra 0,13 p.p. de Despesas pessoais.
Analisando os itens da cesta que compõe o IPCA, observamos que o preço das carnes foi o que mais acelerou em novembro, com 8% de elevação e um impacto de 0,22 p.p. (responsável por cerca de 43% do resultado do IPCA).
Os grupos que apresentaram recuo em novembro foram Artigos de residência (-0,36%) e Comunicação (-0,02%), porém seus pesos no IPCA são baixos (3% a 4% respectivamente), propiciando um impacto quase nulo no índice.
Habitação acelera.
No grupo Habitação, a alta no preço da Energia elétrica residencial (2,15%) foi o maior responsável pela inflação observada. Isso se deu por conta da tarifa “bandeira vermelha” atribuída no mês.
Despesas pessoais.
Dentro do grupo Despesas pessoais, o item Recreação foi o que mais acelerou, puxado, quase que exclusivamente, pelo item Jogos de Azar, que avanço mais de 24,% no mês.
Administrados.
A alta dos preços livres (+0,35%) explica apenas parte dessa variação no IPCA. Com um peso de 3/4 do índice, o impacto dos preços livres, em pontos percentuais, foi de 0,25%, ou seja, metade da variação do IPCA (0,51%). A outra metade se deve ao impacto dos preços administrados, que apesar representar apenas 1/4 do índice, registrou um avanço expressivo de 0,97%.
Confira no anexo a íntegra do relatório elaborado por HENRIQUE TOMAZ, CFA, Analista Sênior, e RICHARDI FERREIRA, CNPI Analista, do BB Investimento