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Economia e Finanças

19 de Setembro de 2017 as 02:09:27



ATA DO COPOM - Economistas do ITAÚ BBA avaliam: SELIC chegará a 7% em dezembro


Ata do Copom: preparando o término 
 
A ata descreve uma trajetória gradual para a taxa Selic, até o nível final de 7,0%.
 
A ata da reunião de setembro do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) confirmou a mensagem, apresentada no comunicado, de que o cenário base neste momento é um corte de 75pb em outubro, desde que as condições econômicas atuais - ou seja, a estabilização da atividade econômica em meio à ampla ociosidade, especialmente no mercado de trabalho - permaneçam inalteradas.
 
Olhando mais adiante, duas mensagens parecem se destacar. Em primeiro lugar, o comitê como um todo contempla uma conclusão gradual do ciclo de flexibilização, sugerindo uma trajetória que levaria gradualmente a taxa básica de juros para o patamar de 7,0% - conforme indicado pelas projeções apresentadas no texto. [grifo da Redação JF]
 
A segunda mensagem é que a política monetária precisa manter flexibilidade para enfrentar riscos de queda e de alta para a perspectiva de inflação. Desta forma, apesar de 7,0% parecer ser o ponto final mais provável do ciclo, mudanças no cenário podem levar o Copom a se desviar um pouco desta trajetória.
 
Evolução recente da economia e cenário base
 
O conjunto de dados econômicos divulgados desde a última reunião de política monetária em julho permanece consistente com a recuperação gradual da atividade econômica. A economia ainda está trabalhando com ampla folga, conforme demonstrado pelos índices de utilização da capacidade e, especialmente, pela taxa de desemprego.
 
O ambiente externo é favorável, com uma recuperação econômica gradual que não chegou a exercer pressão sobre as condições financeiras nas economias avançadas. Isto contribuiu para apoiar o apetite por ativos de risco em mercados emergentes.
 
A dinâmica da inflação permaneceu bastante favorável, com diversos índices do núcleo em níveis baixos, incluindo componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária.
 
O texto então descreve as principais premissas e projeções do Copom. Em relação às premissas, a ata cita as expectativas para os preços administrados, em 7,5% (6,6% anteriormente) para 2017 e 5,3% (5,2% anteriormente) para 2018. As projeções de inflação considerando taxa de juros e de câmbio de mercado ficaram em 3,3% (ante 3,6%) para 2017 e 4,4% (contra 4,3%) para 2018, com taxa básica de juros em 7,25% (8,0% anteriormente) no final de 2017 e 7,5% no final de 2018 (8,0% anteriormente), evidenciando melhora adicional no cenário prospectivo.
 
Riscos
 
O Copom vê riscos de queda e de alta para o cenário base de inflação. O comitê observa que um choque favorável contínuo de preços de alimentos e da indústria pode ter efeitos secundários sobre a inflação. Além disso, mecanismos inerciais podem aumentar a persistência do nível atualmente baixo de inflação à frente. Por outro lado, uma frustração com relação à evolução das reformas pode afetar os prêmios de risco e aumentar a inflação no horizonte relevante de política monetária, um risco que se tornaria mais intenso caso o cenário externo favorável piore.
 
Discussão de política monetária
 
O texto indica, no parágrafo 12, que os dados disponíveis confirmam a estabilização da atividade econômica. Os membros esperam que a recuperação seja gradual, e demonstram menos preocupação com seu ritmo. O comitê também observa que há sinais de recuperação no emprego, mesmo no estágio atual do ciclo (algo que também surpreendeu analistas fora do banco central).
 
O parágrafo 13 repete a avaliação de que o ambiente externo é favorável, com uma recuperação gradual que não chegou a exercer pressão sobre as condições financeiras. Os membros também debateram os riscos ligados à normalização de política monetária nas economias centrais e à China, enfatizando a resiliência crescente da economia brasileira.
 
No parágrafo 14, os membros do Copom reafirmam sua satisfação com a evolução das perspectivas de inflação, conforme evidenciado pela trajetória das projeções de inflação. No parágrafo seguinte, o texto apresenta uma discussão detalhada sobre o impacto dos preços de alimentos sobre a desinflação recente - os preços mais baixos de alimentos responderam por 2 pontos percentuais da redução da inflação observada no período de doze meses até agosto.
 
O Copom então reafirma, no parágrafo 16, sua intenção de combater potenciais efeitos secundários do choque dos preços de alimentos.
 
O parágrafo 18 assinala que a política monetária precisa manter sua flexibilidade para reagir aos riscos de queda e de alta, citando especificamente os riscos de queda decorrentes da redução dos preços de alimentos e a propagação da inflação atualmente baixa por meio de indexação, bem como a chance de uma reversão do cenário externo benigno levar a um aumento da inflação.
 
No parágrafo 24, o Copom expressa a visão de que, para facilitar a comunicação e permitir que os membros tenham mais tempo para avaliar as informações recebidas, uma conclusão gradual do ciclo de flexibilização apresenta benefícios que parecem superar os custos. O comitê admite que, em "casos excepcionais" (não especificados), um ritmo mais intenso pode ser preferível ao gradualismo, mas, de maneira geral, mostra preferência pela segunda opção. Este parágrafo parece ser um meio-termo entre a visão dominante, gradualista, e a opinião minoritária dissidente que parecia defender uma trajetória mais agressiva para a taxa Selic.
 
Decisão de política monetária 
 
O Comitê afirma que, considerando o cenário base e o balanço de riscos, um corte de 100pb da taxa de juros é consistente com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante de política monetária. No parágrafo 29, o comitê observa que a conjuntura econômica permite taxas de juros abaixo do nível estrutural (ou neutro).
 
Olhando adiante, no parágrafo 31, o Copom indica que, no cenário base, uma redução moderada do ritmo de flexibilização na próxima reunião de política monetária parece adequada neste momento.
 
Além disso, sob estas circunstâncias, o Comitê contempla uma conclusão gradual do ciclo de flexibilização.
 
 
Interpretação
 
A ata descreve uma trajetória gradual para a taxa Selic, até o nível final de 7,0%. Há poucas indicações no texto, com suas repetidas referências ao final do ciclo, que possam ser usadas para apoiar uma continuação do ritmo mais veloz de flexibilização. Mas o texto também sugere que o Copom não se moverá bruscamente na direção oposta. 
 
O que nos deixa confortáveis com a nossa expectativa de que a taxa Selic será reduzida em 75pb em outubro e, em seguida, em 50pb em dezembro, encerrando o ano, e o ciclo, em 7,0%.
 
Surpresas negativas ou positivas relacionadas às perspectivas de inflação podem levar o Copom a se desviar desta trajetória, mas não muito.

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Fonte: ITAÚ BBA





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